17 fevereiro 2018

de cavalo para burro

Nos últimos anos, os partidos políticos ligados ao socialismo-democrático ou social-democracia entraram numa crise profunda na Europa - França, Alemanha, Espanha, Grécia... - e alguns estão em vias de desaparecer.

Portugal, à falta de um, tem dois partidos políticos nesta área ideológica -  PS e PSD.

Sendo assim, e a chegar a Portugal a tendência que se verifica na Europa - e a Portugal chega tudo, embora com o seu atraso, é certo - qual dos dois partidos está primeiro condenado a desaparecer ou a ser reduzido à insignificância?

O PSD.

Este partido tem agora na sua liderança, a nível nacional, duas figuras proeminentes do PSD-Porto - Rui Rio e Paulo Rangel - e o sinal mais importante do que está para acontecer ao PSD encontra-se precisamente aí e na resposta à questão seguinte:

Mas se estes dois políticos, na liderança do PSD-Porto,  não conseguiram sequer ganhar na sua própria cidade - na realidade sofreram uma derrota histórica -, como é que vão conseguir ganhar alguma coisa no país?

Vai ser muito difícil, é o mínimo que se pode dizer.

Igualmente preocupante é o futuro das sociedades de advogados ligadas ao PSD, seja no Porto seja a nível nacional.

Quando Rui Rio era presidente da Câmara do Porto, a Cuatrecasas, que tinha como director Paulo Rangel, era assessora jurídica da Câmara (embora esta tivesse e continue a ter os seus próprios serviços jurídicos internos).

Se, por milagre, Rui Rio chegasse a primeiro-ministro, a que sociedade de advogados iriam ser entregues agora as avenças das assessorias jurídicas dos ministérios, empresas públicas e outros serviços públicos do país?

Já não à Cuatrecasas porque entretanto o Paulo Rangel foi despedido desta sociedade de advogados.

Talvez à Miguel Veiga, Neiva Santos & Associados porque o Paulo Rangel tem muita confiança nela, (v.g., é a sociedade que o representa neste processo) e era amigo e co-religionário do seu fundador (entretanto falecido).

Infelizmente, isto seria fazer passar de cavalo para burro as assessorias jurídicas dos ministérios, das empresas públicas e dos outros serviços públicos do país.

É que, enquanto a Cuatrecasas é uma sociedade de advogados multinacional, e projecta uma certa imagem cosmopolita,  já a Miguel Veiga, Neiva Santos & Associados, pelo contrário,  é a típica sociedade de advogados de província.

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