24 dezembro 2017

uma cultura de fariseus


O combate ao fariseísmo foi uma das maiores lutas de Cristo e, mais de dois mil anos depois, é esse combate que volta a ter de ser travado em Portugal.

A religião judaica é uma "Religião de Direito", uma religião de regras ou leis (consubstanciadas na chamada Lei de Moisés). Os fariseus eram uma seita judaica fundamentalista no cumprimento das leis judaicas - uma seita onde pontificavam, portanto, os juristas.

O que é que indignava Cristo em relação aos fariseus e à sua "Religião de Direito"?

O mesmo que indigna hoje muitos portugueses em relação aos seus próprios fariseus e ao seu "Estado de Direito".

(O "Estado de Direito" é uma concepção judaica, herdeira da "Religião de Direito" dos judeus, que chegou até nós através do protestantismo germânico. É uma concepção de Estado profundamente anticristã, como o Arlindo Marques em baixo estará agora a constatar. Ele é que trabalha para o bem da comunidade e, no entanto, é ele que vai responder em tribunal)

Pessoas obstinadas em cumprir regras ou leis esquecem o bem e o mal, o qual passa a ser irrelevante. Tornam-se burocratas do espírito. Querem parecer bem cumprindo regras, mas o verdadeiro bem deixa de lhes interessar. Na realidade, fazem frequentemente o mal, cumprindo regras e querendo parecer bem. A aparência e o formalismo tornam-se mais importantes do que a substância e a espontaneidade.

A este culto da aparência e do formalismo, Cristo contrapôs o culto da substância e da espontaneidade: agradar a Deus é um acto espontâneo do coração, e não um formalismo burocrático.

Cristo chamou aos fariseus vários nomes que eles não gostaram de ouvir: hipócritas, sepulcros caiados, serpentes, raça de víboras.

Se fosse hoje em Portugal seria processado e acusado pelo Ministério Público por difamação. (O crime de blasfémia por que foi condenado e morto tem o seu equivalente laico precisamente no crime de difamação).

A cultura pública hoje vigente em Portugal - que se exprime na comunicação social e também nas redes sociais - é uma cultura de fariseus, de que a acusação ao Arlindo Marques exposta em baixo é apenas um exemplo. O maior exemplo recente desta cultura é, obviamente, o caso da Raríssimas. O Ministério Público está presente em ambos.

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