28 agosto 2017

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O entendimento com a Lucios e a Somague foi rápido e teve lugar no meu escritório, entre mim e os presidentes das duas companhias. Depois de lhes agradecer muito aquilo que tinham feito, permitindo-me ultrapassar a maior - e até à data, a única - dificuldade que tinha encontrado para fazer esta obra, passámos imediatamente ao trabalho e eu próprio propus as condições financeiras da nossa relação.

Primeira, o preço a pagar seria o preço médio das propostas apresentadas pelas duas  construtoras, o qual foi prontamente calculado - 20,2 milhões de euros (mais IVA) -, e aceite.

Segunda, pedia que as duas construtoras se comprometessem como mecenas do Joãozinho, subscrevendo cada uma delas um acordo de mecenato com a Associação e com contribuições anuais de 30 mil euros cada uma, durante o período de dez anos, condição que foi pronta e igualmente aceite.

Terceira, a minha ideia inicial, e que estava prevista no concurso, era a de pagar a dez anos. Mas os avanços que entretanto tinha feito, garantiam-me que conseguiria pagar a obra dentro do prazo de execução (dois anos), ou pouco mais. Assim, para além do pagamento inicial de um milhão de euros, propunha que a obra fosse feita à medida das disponibilidades financeiras da Associação - o que estenderia a obra no máximo até três anos.

O pagamento inicial daria para os primeiros quatro meses de obra, e eu entretanto estava a assinar os primeiros acordos de mecenato, recebendo também as primeiras prestações; outras contribuições eventuais estavam a entrar na conta bancária da Associação; e, acima de tudo, o "Dossier Mecenas-Continente" estava a avançar a um excelente ritmo.

O projecto de supermercado já estava feito e até ao final do ano eu seria capaz de o intermediar na banca, proporcionando uma receita de pelo menos 10 milhões de euros à Associação. É que agora a garantia a apresentar à banca já não seria uma garantia frágil, como um acordo de mecenato. Era uma garantia SONAE.

Pedi ao Eng. Filipe Azevedo e ao Eng. Vieira de Sá que me enviassem uma proposta do contrato de empreitada,  que eu pretendia submeter à aprovação do HSJ e informei que a Associação só o iria assinar depois de obter o OK do Hospital. Os serviços jurídicos das duas construtoras e a Dra. Fátima Pereira, pela Associação, no dia seguinte estavam ao trabalho.

Entretanto na reunião executiva seguinte da Associação, que, como habitualmente, tinha lugar aos Domingos nas instalações da minha empresa, pedi a comparência deles e da administração do HSJ. Estiveram o professor António Ferreira pelo HSJ e o Eng. Filipe Azevedo a representar o consórcio.

Nesse encontro eu pretendia que as três partes se conhecessem e queria também relatar à administração do HSJ a extraordinária disponibilidade que as duas construtoras tinham demonstrado, resolvendo, em pouco mais de vinte e quatro horas,  o problema que a Teixeira Duarte inesperadamente, e à última hora, tinha criado, bem como as condições gerais do contrato que, entretanto, a Associação tinha acertado com o consórcio construtor.

O professor António Ferreira  agradeceu muito ao  Eng. Filipe Azevedo e tudo ficou combinado para que dentro de duas ou três semanas a obra pudesse começar.

Perante a iminência do início da obra e o pagamento de um milhão de euros que seria devido ao consórcio construtor, duas semanas depois chegou finalmente à  Associação o dinheiro que o HSJ tinha angariado para o Joãozinho durante os cinco anos em que o Projecto esteve sob a sua tutela: 549 mil euros.

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