31 agosto 2015

um debate interessante

A economia portuguesa precisa da "muleta" da desvalorização cambial para conseguir ser bem sucedida no comércio internacional? Ou será que a competitividade "é, em grande parte, uma escolha"?

11 comentários:

Harry Lime disse...

Não se trata de desvalorização cambial.

Nos anos 80 e 90 após a entrada na CEE, tivemos as duas coisas: como tinhamos mão de obra barata atraimos investimento estrangeiro, esse investimento estrageito trouxe invoção através da introdução de novas industrias tecnologicamente mais avançadas. Essa invoação por seu lado deu origem a industrias locais relacionadas.

O problema com a entrada no euro foi que a nossa moeda vlorizou excessivamente retirando-nos essa capacidade de atrair investimento estrangeiro que era a semente da inovação. Não há inovação no vacuo.

Nessa altura, com moeda forte tinhamos de competir apenas com base com a "inovação local" que era na altura (tal como agora) insuficiente.

Resposta: temos de adaptar o valor da nossa moeda à nossa capacidade competitiva. Por isso temos de sdesvalorizar.

Rui Silva

Ricciardi disse...

A moeda, e inerentes txas de juro, deve reflectir a realidade. Foi bom passarmos da Lisbor para a Euribor. O pessoal gostou de ter taxinhas baixas e até puderam comprar/importar tudo o q queriam.
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Os exportadores tradicionais europeus nem precisavam de acumular reservas em divisas. Recebem em euros e podem acumular os excedentes.
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Na situação pré euro, as capacidades de exportacao alemã resultavam invariavelmente num acumular de divisas. Se vendiam para Portugal acumulavam escudos. A certa altura a Alemanha teria de se ver livre do excesso de escudos. Como?
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Investindo em fábricas em Portugal ou Importando produtos portugueses. O comércio internacional entre pares tendia para o equilíbrio. Hoje não. A Alemanha não precisa de investir em Portugal, nem precisa de importar de Portugal para escoar escudos.
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Após o euro investimentos estrangeiros europeus novos contam-se pelos dedos de uma mão. A juntar a isso os impostos não atraem investidores.
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Portugal e Alemanha não tem o mesmo nível de produtividade. É quase metade. Produzir rolhas durante um dia não gera riqueza equivalente a produzir Mercedes.
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Portanto, ter moeda própria é essencial mas não é condição suficiente. É preciso muita formacao, educação, para podermos um dia ter o mesmo nível empresarial q os alemães.
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Podemos chegar lá se nos concentrarmos naquilo q sabemos fazer melhor do q eles, onde o clima, cultura, terra e mar, tem a sua importancia para desenvolver negocios nas energias, agroindústria, pesca com novas formas de acrescentar Valor aos produtos, coisa q devem com formação/educação. Sem esquecer a economia do futuro onde ainda podemos fazer qualquer coisa porque está ainda a começar: Nanotecnologia etc...
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Rb

Anónimo disse...

Nunca ouvi falar de alemães que recebessem escudos como pagamentos de seus produtos. Posso até estar enganado. No mais concordo com o raciocínio duma moeda mais depreciada ser melhor para a economia portuguesa.

Ricciardi disse...

"Nunca ouvi falar de alemães que recebessem escudos como pagamentos de seus produtos."
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Se vendiam para portugal recebiam escudos. Mesmo q só aceitassem marcos para vender, os importadores portugueses teriam de comprar marcos vendendo escudos nos seus bancos. Os bancos portugueses compram marcos aos bancos alemães e estes ficam com... divisas em reserva q trocam com o banco central q por sua vez fica exarcado em escudos. A menos q os despachem. Como? Abrindo linhas de apoio ao investimento em Portugal emprestando escudos ou fomentando linhas de apoio aos exportadores portugueses para vendas na Alemanha.
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Este movimento de divisas coloca o comércio internacional em ordem porque faz com q os excessivamente excedentários no comércio com um país tenha de investir nesse país ou importar.
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Não é por acaso q a UE também tem processos por superávits comerciais excessivos. É para q a produtividade de excelência de um país possa esvaziar os periféricos. No fundo é isso q o Euro faz.
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Rb

Ricciardi disse...

Poder-se-à replicar os efeitos de ter moeda própria, estando no Euro, se a Alemanha iniciasse um processo de investimento nos perifericos. A Alemanha deve fomentar o investimento nos periféricos deficitários. Alguns economistas defendem q a Alemanha deve aumentar salários para com isso aumentar o consumo de produtos produzidos nos periféricos. Eu discordo. Preferia q investissem em fábricas.
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Actualmente a única forma q a Alemanha tem de enviar os excessos de dinheiro é... comprando dívida pública. É isso q tem feito. Errado.
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Rb

Anónimo disse...

"Se vendiam para portugal recebiam escudos. Mesmo q só aceitassem marcos para vender, os importadores portugueses teriam de comprar marcos vendendo escudos nos seus bancos. Os bancos portugueses compram marcos aos bancos alemães e estes ficam com... divisas em reserva q trocam com o banco central q por sua vez fica exarcado em escudos"

Raciocínio errado. Bancos portugueses vendem os marcos aos importadores portugueses e os compram aos exportadores portugueses.

O valor do escudo era de uma cesta de 5 divisas europeias: peseta, franco, libra, marco e (não lembro o outro).

Quando compra moeda forte utiliza outra divisa forte.

Que saiba o escudo não era moeda de reserva para Alemanha, poderia ser para países mais dependentes da economia portuguesa como Cabo Verde.

De resto concordo consigo.

Obs: algum país europeu aceita Kwanzas como pagamento de suas vendas a Angola? (salvaguardo as devidas diferenças entre Portugal e Angola)

Euro2cent disse...

> a única forma q a Alemanha tem de enviar os excessos de dinheiro é... comprando dívida pública.

Depois troca isso por "gauleiters".

Sai mais barato, e dá menos estrilho, do que mandar Stukas e Panzers. Que era a maneira antiga que tinham de exportar "gauleiters".

Gaita, ninguém lê as circulares, depois ficam para aí embasbacados como se fosse novidade.

Ricciardi disse...

Disse o mesmo. Se os fornecedores alemães exigirem marcos, receberão Marcos. Como? Os importadores portugueses compram marcos nos seus bancos (portugueses). Os bancos, por sua vez, compram marcos aos bancos alemães.
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Bem, na verdade isto é para se perceber melhor a 'mecanica' da coisa. Na prática os importadores abrem 'cartas de crédito' nos seus bancos. Ou seja se vendem produtos a Portugal ou aceitam escudos ou nao nao aceitam. Se não aceitam, os bancos portugueses compram marcos vendendo escudos aos bancos correspondentes alemaes. No fundo numa ou noutra situação a Alemanha para vender a Portugal aceita escudos.
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Vc coloca o problema do risco país. E é bem verdade. Os bancos alemães não vendem marcos comprando escudos sem avaliar o risco. Risco de depreciação da moeda vs taxa de juros.
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Como tudo, define-se, digamos, um plafond. Atingido esse plafond os alemães pretenderao vender escudos em reserva, sem causar baixa na cotação do escudo. E, por isso, faz com método e lógica.
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Rb

Ricciardi disse...

O kwanza não é aceite na europa. Em portugal é aceite num banco. E tem dias. É, tb, recentemente aceite na China e na Namíbia e parece vir a ser aceite na Zâmbia. É o risco país em causa. Os chinocas não tem risco algum. Querem é petróleo, pago em kwanzas ou em dólares.
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Neste momento há um controle de capitais incrível em angola. Por isso saí. Não é possível importar de angola nem repatriar lucros. O dinheiro não sai. Sai às gotas. Eu só posso tirar de lá dinheiro através de cartões de crédito. E com muitas restrições. Já só me deixam levantar 60 euros por diz. Com limite mensal de x euros. Uma porra.
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Rb

Ricciardi disse...
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Ricciardi disse...
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