31 julho 2014

o dinheiro dos outros II


Todo o desenvolvimento económico depende do investimento e este, em última análise, depende da poupança.
Os recursos poupados entram no circuito financeiro, sob a forma de depósitos, ou são confiscados pelo Estado através de impostos. Em qualquer dos casos ficam disponíveis para investimento, respectivamente privado ou público.
É este “dinheiro dos outros” – na realidade o dinheiro de cada um de nós – que alimenta a economia. Financiando as empresas privadas e a obra pública. Quando se acaba o dinheiro dos outros as empresas vão à falência e os Estados são obrigados a meter o socialismo na gaveta.
Foi isto que Tathcher afirmou quando disse que ‹‹o socialismo dura até se acabar o dinheiro dos outros››. Mas também é verdade que ‹‹o capitalismo dura até se acabar o dinheiro dos outros››, como eu afirmei aqui. E quando se acaba o dinheiro dos outros?
Quando não há confiança nos agentes económicos e políticos. Quando os bancos vão à falência e o Estado não tem crédito. Foi a este ponto a que chegamos, não foi?
Assim sendo, como é que podemos ter desenvolvimento económico?

o dinheiro dos outros

O capitalismo dura até se acabar o dinheiro dos outros

enganados

Carlos Costa foi enganado

Granadeiro foi enganado

Coro dos portugueses: Enganados, enganados, fomos enganados (para cantar com a melodia do "não pagamos, não pagamos... ).

30 julho 2014

a procissão ainda vai no adro

políticas monetárias expansionistas aumentam a desigualdade

Federal Reserve Chair Janet Yellen has said the central bank's goal is "to help Main Street not Wall Street," and many liberal commentators seem convinced that she is advancing that goal. But talk to anyone on Wall Street. If they are being frank, they'll admit that the Fed's loose monetary policy has been one of the biggest contributors to their returns over the past five years. Unwittingly, it seems, liberals who support the Fed are defending policies that boost the wealth of the wealthy but do nothing to reduce inequality.

WSJ

29 julho 2014

um líder necessita de uma imagem positiva


Quando se procura um líder não chega o CV, é necessário conhecer o passado da pessoa em causa e o que pensam dela.
A crise do BES serve para ilustrar esta afirmação. Entre as muitas dezenas de pessoas com competência para liderar o banco, foram escolher alguém com uma imagem pública positiva e portanto com um capital significativo de “goodwill”. Deste modo a liderança ficou facilitada.
Passa-se o mesmo na política. É impossível governar contra a generalidade dos média e o coro dos profetas da desgraça. Um líder com boa imagem pública e boa imprensa tem, obviamente, mais condições de sucesso.
Passos Coelho nunca desfrutou de uma boa imagem mediática e isso dificultou a sua acção governativa. António Costa, candidato a candidato a primeiro-ministro, pelo contrário, parece andar “ao colo de toda a gente”. A Helena Matos diz a propósito, e com muita piada, que não se via nada assim desde as aparições de Fátima.
Ora este factor é algo de extremamente positivo para um futuro governo que António Costa possa vir a liderar. Podemos contar com menos “virgens ofendidas”, menos greves, e até talvez com um entusiasmo diferente no TC. Isto é negativo? Para os correligionários da coligação PSD/CDS sim, é injusto. Mas já são meninos crescidos e não devem ficar a chorar – é a vida.
Para o Paa s﷽﷽﷽﷽﷽﷽﷽o da populaçgueses não TC. Isto izadasverno que Antntram dele.ís é positivo. Se atendermos a que as políticas do PS e do PSD/CDS são iguais, é evidente que é preferível ter um líder com menos anticorpos. A coligação teve a sua hipótese de marcar a diferença e claudicou.

28 julho 2014

as moscas mudam...


Mais treta menos treta, não é possível distinguir entre o PS e a coligação PSD/CDS. Após três anos desta última, o País está basicamente na mesma. Na saúde, na educação e na segurança social, que são áreas críticas, não ocorreu qualquer reforma.
É verdade que as contas estão um pouco mais equilibradas, mas não de uma forma estrutural e a economia, claro, continua sufocada. Se o PS tivesse continuado no governo teria feito, mais ou menos, o mesmo. Os impostos teriam sofrido o mesmo “enorme aumento” e a despesa estaria ao mesmo nível. Até porque estamos condicionados pela UE.
Sócrates foi um trágico epifenómeno, na história de um partido que tem revelado sentido de Estado e que, neste capítulo, não fica atrás do PSD. Pelo contrário, os socialistas têm demonstrado mais pejo de se intrometerem na vida privada dos cidadãos.
Não se compreende portanto o ânimo de tantos panditas, bloguers e comentadores, contra António Costa. Veja-se, por exemplo, a questão do aumento do salário mínimo que César das Neves considera criminosa: António Costa quer aumentá-lo e o governo também, embora possa haver uns trocos de diferença.
Assim sendo, a que se devem os “tiros ao Costa”? Procurarei responder a esta pergunta em futuros posts.

inovação no Turismo


A nossa principal atividade económica é, cada vez mais, o turismo, apesar dos nossos queridos concidadãos tudo fazerem para a descredibilizar. Por falta de educação, maus hábitos de higiene e por se vestirem tão mal que “metem medo ao susto”. A exibição do toucinho, as tatuagens burlescas e até os chanatos, espantam a clientela.
As mulas mostram mais do que deviam e os jumentos, de cabelo à CR7 e brinco na orelha, emparelham à maneira. Ora como ultrapassar este senão?
O problema poderia ficar minorado se todos adotássemos, no dia-a-dia, as fardas de trabalho. As pessoas licenciadas em hotelaria e turismo, por exemplo, usariam as suas fardas de empregados de mesa; os polícias, bombeiros e militares, o fardamento habitual, o pessoal de saúde idem e por aí fora. Os desempregados e os beneficiários do RSI poderiam usar fardas azuis à Mao Tsé-Tung.
As exceções dependeriam de licença a obter nas Lojas do Cidadão e estariam sujeitas a uma taxa que poderia ser cobrada pela Via Verde/ Fisco. A prevaricação seria punida com coimas proporcionais ao rendimento individual.
Esta proposta daria ao País um ar organizado, até aprumado, e constituiria um atrativo adicional para os turistas. Os povos do Norte iriam adorar, especialmente os alemães com aquele fraco pelos uniformes. Por fim, não será despiciendo mencionar o imaginário erótico desta iniciativa que bem poderia contribuir para reacender as paixões dos nossos visitantes e trazê-los de volta sempre que estivessem de férias.
:-)

26 julho 2014

demography is destiny

Entre 1720 e 1750 a população total das colónias inglesas na América do Norte passou de 445 000 habitantes para 1 200 000.
Foi um aumento devido sobretudo à elevada taxa de natalidade, vinte e quatro vezes superior ao crescimento da população de Inglaterra.

Paul Johnson, in George Washington - The Founding Father

neoliberalismo repressivo

O neoliberalismo repressivo é contra a principiologia que estipula que todos os homens nascem com igual direito à felicidade

Comentário: Vale a pena ler esta entrevista de Adriano Moreira. Apesar de confusa e até contraditória contém algumas reflexões interessantes. A primeira, desde logo, identifica o carácter repressivo do actual regime: ‹‹neoliberalismo repressivo, com a multiplicação de sanções, de aumento de impostos, de restrições, etc. Sou contra o neoliberalismo repressivo.››. Estou de acordo com o repressivo só não podemos é chamar-lhe neoliberal ou liberal.

Liberal tem a mesma etimologia de liberdade e portanto não existe liberalismo repressivo, é uma contradição de termos. O actual regime é repressivo mas não é neoliberal.

Outra confusão é a identificação do "Estado Social" com o "direito à felicidade". Ninguém nasce, nem pode nascer, com direito à felicidade - um conceito desde logo subjectivo. Tudo o que podemos aceitar é que possam nascer com o direito a procurar a felicidade, uma peregrinação que nem sempre encontra o seu destino mas em que o que conta é o caminho.

Leiam e façam o vosso juízo.

25 julho 2014

too big to fail

Depois do too big to fail temos:

Too knowledgeable to fail

Ozymandias

Of course, in the long run nothing lasts. But history is lived in the here and now. The Soviets had only 70 years, Hitler a mere twelve. Yet it was enough to murder millions and rain ruin on entire continents. Bashar Assad, too, will one day go. But not before having killed at least 100,000 people.
All domination must end. But after how much devastation? And if you leave it to the forces of history to repel aggression and redeem injustice, what’s the point of politics, of leadership, in the first place?
The world is aflame and our leader is on the 14th green. The arc of history may indeed bend toward justice, Mr. President. But, as you say, the arc is long. The job of a leader is to shorten it, to intervene on behalf of “the fierce urgency of now.” Otherwise, why do we need a president? And why did you seek to become ours?

a alegria de viver


24 julho 2014

um País perigoso

É pior levar um grupo económico à falência do que um País

Sobre a dupla Ricardo Salgado e José Sócrates

Ler também estes posts do CGP e do vitorcunha

23 julho 2014

o socialismo e a social-democracia

A social-democracia é pior do que o socialismo puro e duro. Cheguei a esta conclusão depois de comparar a ação dos governos do PS com os do PSD.
Os socialistas não acreditam no socialismo, consideram-no uma fase intermédia no caminho para uma sociedade sem classes. Consideram que os mais desfavorecidos, sem educação gratuita, sem SNS e sem apoios sociais, não sairiam da cêpa torta.
Os sociais-democratas não alimentam a utopia da sociedade sem classes, para eles é como se tivéssemos chegado ao Fim-da-História. Tratam então de melhorar o sistema soviético da educação, o sistema soviético da saúde e da segurança social. Como? Empresarializando.
Enquanto um socialista cria empregos na função pública por “caridade”, um pouco à Salazar, o social-democrata quer pôr o funcionário público a trabalhar como se estivesse no privado, muitas vezes por uma “esmola”.
Com os socialista no poder, os portugueses ficam “pobretes mas alegretes”. Trabalham 100 dias por ano – deixem-me ser optimista – gozam as suas pontes no Algarve e reformam-se ao 50 anos. Com os sociais-democratas trabalham como os americanos e ganham como os marroquinos.
Os sociais-democratas não libertam a sociedade do peso do Estado, de modo a criar riqueza e a melhorar o nível de vida colectivo. Pelo contrário escravizam o cidadão e condenam-no à mera sobrevivência, quase sem direitos cívicos (direito à propriedade, por exemplo).
Comparando estas duas experiências, eu julgo que a maioria dos portugueses fica melhor com os socialistas.

aventuras na Sovietolândia

Na Sovietolândia, o camarada presidente Madurovsky decidiu controlar o preço do papel higiénico para garantir a igualdade no acesso a este produto de primeira necessidade.
Esta medida clarividente provocou vários efeitos indesejáveis, devidos à usura dos industriais e dos comerciantes e à falta de formação dos consumidores. Diminuição da qualidade do papel higiénico, escassez e mercado negro.
O governo da Sovietolândia confrontou o problema e depois de soltar a ASSAE às canelas dos produtores, distribuidores e comerciantes, atacou também os consumidores.
O camarada presidente nunca usa mais de 2 folhinhas de papel de cada vez e deixa-as de lado para reutilização. A populaça necessita de ser educada e os vendedores necessitam de formação.
Madurovsky ordenou então um concurso para vendedores de papel higiénico ao qual se candidataram dezenas de milhares de sovietolândicos. Como a selecção era complicada, o camarada presidente ordenou que o IEOP – Instituto de Execução das Ordens do Presidente – realizasse uma Prova de Avaliação de Conhecimentos e Capacidades.
Alguns críticos consideraram, sem ofensa, que esta prova era uma m”#$a. Mas pensem bem, qual era a alternativa: liberalizar a venda do papel higiénico? Nem pensar!

Conflito Israelo-Palestiniano em equilíbrio de Nash?

Existem 3 possíveis cenários para o conflito Israelo-Palestiniano: a aceitação de dois países completamente independentes, a integração de ambos os povos num só país e a continuação do conflito armado.

Israel tem o absoluto predomínio militar mas, ao mesmo tempo, obrigações perante a comunidade ocidental da qual faz parte, incluindo a necessidade de continuar a ser, formalmente, uma democracia. A aceitação da Palestina como estado independente teria, a prazo, que incluir aceitar que esse país tivesse o seu próprio exército e material de guerra sofisticado. Com feridas abertas de décadas, a mínima convulsão política poderia levar novamente à guerra, mas desta vez com um inimigo muito melhor preparado e capaz de provocar dano. Alternativamente, Israel, poderia utilizar o seu poderio militar para simplesmente ocupar todo o território Palestiniano, impondo a solução de um estado. Mas, sendo Israel uma democracia, o mais provável é que cedo a população árabe constituisse a maioria dos eleitores e tomasse o poder nesse novo estado, acabando efectivamente com o estado judeu pela via democrática. A melhor solução para Israel efectivamente a do eterno conflito que lhe permite exercer controlo sobre todo o território palestiniano a um custo relativamente baixo em termos de baixas de guerra. Como os palestinianos não são legalmente cidadãos do estado de Israel, apesar de estarem sob seu domínio, Israel pode continuar a ser considerada uma democracia: "a única do Médio Oriente"

O Hamas, por seu lado, tem no conflito a razão da sua existência. Qualquer solução que traga a paz levaria à perda de importância do movimento. As perdas humanas desproporcionais dos Palestinianos reforçam ainda mais a sua capacidade de captação de membros e a sua popularidade.

O conflito armado pode, de facto, ser a situação de equilíbrio naquela zona do Mundo. A sobrevivência do Hamas e do Estado judeu dependem da sua continuação.

a diferença entre uma , e um ;

A chamada Prova de Avaliação de Conhecimentos e de Capacidades - preparada pelo IAVE (nome que evoca uma empresa de camionagem...) é, na minha opinião, uma aberração total. Não vou porém perder tempo a explicar porquê. Basta dizer que é um aborto de um sistema já de si aberrante que é o nosso sistema de educação. É uma espécie de fruto de tara genética.

Os socialista inventaram o ensino público gratuito da pré-primária ao doutoramento e agora estão a tentar colmatar as falhas das "consequência indesejáveis" (Hayek) da intervenção do Estado. Problema deles.

Neste contexto o que se poderia esperar de uma prova destas? Que fosse capaz de seleccionar bons professores? Está quieto, um bom professor nunca pode ser um apparatchik do ME. Talvez seleccionar bons burocratas.

Pessoas capazes de compreender a diferença capital entre uma vírgula (,) e um ponto e vírgula (;). Reparem nesta pergunta:

Item 24

24. Indique a opção que contém uma frase incoerente.

(A) O certificado foi devolvido aos serviços administrativos, pois omitia a designação completa do curso realizado, apesar de mencionar o grau obtido e a respetiva classificação.
(B) O certificado mencionava o grau obtido e a respetiva classificação; porém, omitia a designação completa do curso realizado, razão pela qual foi devolvido aos serviços administrativos.
(C) O certificado mencionava o grau obtido e a respetiva classificação, mas foi devolvido aos serviços
administrativos por omitir a designação completa do curso realizado.
(D) O certificado omitia a designação completa do curso realizado; no entanto, mencionava o grau
obtido e a respetiva classificação, razão pela qual foi devolvido aos serviços administrativos.


IAVE - Prova de Avaliação de conhecimentos e de capacidades

Item 33 (link retirado deste post do André Azevedo Alves)

Desde a promoção de uma alimentação saudável às regras de higiene, do consumo de substâncias tóxicas à iniciação das práticas sexuais, da prevenção em espaço público à preservação do ambiente, existem domínios diversos em que a escola é chamada a exercer a sua função educadora. Se a família o faz menos, a escola terá de compensar, e vice-versa.

David Justino, Difícil é Educá-los, Oeiras, Fundação Francisco Manuel dos Santos, 2010, pp. 101 e 102
---------

David Justino, no texto acima transcrito, sintetiza a diversidade de tarefas e de missões atribuídas à escola pela sociedade.

33. Escreva um texto em que exponha a sua opinião sobre a perspetiva expressa por este autor, fundamentando-a através de uma linha argumentativa coerente.

A extensão do seu texto deve situar-se entre um mínimo de 250 e um máximo de 350 palavras.

Observações:
1. Para efeitos de contagem, considera-se uma palavra qualquer sequência delimitada por espaços em branco, mesmo quando esta integre elementos ligados por hífen. Qualquer número expresso por algarismos conta como uma única palavra.
2. Serão classificadas com zero pontos as respostas em que se verifique: (a) afastamento integral do tema; (b) extensão inferior a 150 ou superior a 450 palavras; (c) mais de seis erros de sintaxe; (d) mais de dez erros inequívocos de pontuação; (e) mais de dez erros de ortografia ou de morfologia.

Comentário: Não é um bocado patético e até incestuoso que numa Prova de Avaliação de Conhecimentos e de Capacidades se inclua uma referência a um texto de um ex-ministro da educação. Ainda por cima, um texto salazarento e mal escrito.
Repare-se nesta afirmação que pode ser extraída da referida prosa:
‹‹ ... a escola é chamada a exercer a sua função educadora... na iniciação das práticas sexuais››.
Com aulas teóricas ou práticas? Escolha múltipla ou "prova oral"?

22 julho 2014

aritmética sexual

Qual é a frequência ideal de sexo num casal? A própria pergunta já tem qualquer coisa de esquisito, como se houvesse uma frequência normal ou até ideal. Tudo o que há são médias, medianas e desvios padrão, de estudos alegadamente científicos sobre esta matéria.

Quando um casal está apaixonado pode passar dias inteiros a desfrutar do sexo, até semanas seguidas. Quando o amor falece, meus amigos, o sexo passa ao estritamente necessário para marcar o ponto.

No calor da paixão ninguém se dedica à aritmética sexual nem recorre a folhas Excel. Pelo contrário esta aritmética emerge quando as coisas já não correm bem, como é patente nesta notícia.

Com o passar dos anos a maior parte dos casais cai obrigatoriamente na tal média. Sempre insuficiente para os homens e excessiva para as mulheres. Num filme do Woody Allen, quando um terapeuta conjugal pergunta ao marido se o casal ainda tem sexo este responde: raramente, 2 a 3 vezes por semana. Quando repete a mesma pergunta à mulher esta responde: constantemente, 2 a 3 vezes por semana.

A referida folhinha de Excel tornou-se viral porque retrata uma situação banal. O marido, de Marte, regista a produtividade sexual como um trabalhador do sector privado – está focado nos objectivos. A mulher, de Vénus, encara a sexualidade como uma funcionária pública com contrato vitalício – está focada no estatuto e nos direitos adquiridos. As médias são o ponto de equilíbrio entre estes dois opostos. Quando são invocadas é um péssimo sinal.

21 julho 2014

pensar

Porque é que os cientistas não pensam?

Pensar obriga a um "Estado Mental" adequado. Eu, por exemplo, prefiro pensar de manhã, sem pessoas à volta, com uma boa chávena de café ao lado, rodeado de livros e de computador. Também necessito de papel e caneta. Uso folhas A4 e canetas de tinta que importo do Japão, via Amazon.

O papel e a caneta são uma espécie de âncora que me ajudam a encontrar o Estado Mental adequado à tarefa de pensar.

Se me enfiassem num quarto sem decoração e sem objectos pessoais ia ter uma grande dificuldade em concentrar-me e lá ia para o rol dos que "têm aversão a estar sozinhos com os pensamentos". Eu que adoro estar sozinho a pensar.

perdidos na net


Um amigo meu está apaixonado pelas novas tecnologias. Passa o tempo no Facebook, no Linkedin e no Gmail, e não tem outra conversa que não esteja relacionada com a rede e com a “realidade virtual”, por assim dizer.
De manhã, quando nos encontramos para o pequeno almoço, saca do seu Ipad e pimba: começa o rosário dos comentários, das fotos e dos “likes”. Quando solicita a minha opinião dou-lhe para trás e manifesto desinteresse pelo assunto. A verdade é que não tenho Face e detesto, não uso o Linkdin e apenas recorro ao email por motivos profissionais.
Como acompanho as novas tecnologias desde sempre, não tenho deslumbramento pela Net, nem pelas redes sociais, prefiro as pessoais. Suponho, contudo, que quem tenha aterrado na Cyberia, no século XXI, se sinta esmagado pelo “novo mundo”, confundindo o real e o virtual.
Pergunto-me se este problema será frequente? Quantos amigos não andarão perdidos nos labirintos da Web, desaparecidos para o convívio tradicional. Não é uma pena?

20 julho 2014

inversão de valores

"Seria um privilégio para o país poder ter o engenheiro António Guterres como Presidente da República" - António Costa

O normal é as pessoas sentirem-se honradas e privilegiadas por servir o País, não é o País ficar priviligiado (o que quer que isso queira dizer...) por ter alguém de serviço.

diz-me com quem andas

É este o mistério de Ricardo Salgado. Segundo consta, andava de Mercedes, passava as férias na Comporta com Marcelo Rebelo de Sousa, talvez fosse de quando em quando a Nova Iorque e a Paris, mas não se lhe conhece a menor extravagância ou o menor vício. Os vinte anos de glória do “Dono disto tudo” são anos de funcionário, que se consolava com a ideia imaginária do poder. Para quê, então, os riscos sem nome que tomou? Para quê a arrogância vácua que ele pessoalmente gostava de exibir? Suspeito porque, no fundo, ele não tinha mais nada na cabeça.

VPV, no Público 

Comentário: Interessante o destaque que VPV dá às férias de Marcelo

Problema de "natalidade"

Os problemas de natalidade têm sido amplamente discutidos um pouco por todo o Mundo desenvolvido, em especial na Europa que apresenta os níveis de fecundidade mais baixos do Mundo. As consequências deste desastre demográfico, dizem, são diversas a começar pelo colapso dos sistemas de segurança social e no crescimento mais lento da economia devido ao envelhecimento da população activa. 
Mas, em contraste, a população mundial não pára de crescer. Nos últimos 50 anos duplicou. Foi apenas em 1960 que a humanidade atingiu os 3 mil milhões de habitantes. Os 3 mil milhões seguintes foram atingidos em apenas 39 anos. A taxa de fecundidade a nível mundial continua nuns saudáveis 2,4, bem acima do necessário para substituir a população. À escala mundial o declínio demográfico não existe. As dezenas que morrem no Mediterrâneo e nos deserto de Sonora demonstram que se abríssemos as fronteiras a sul, o problema demográfico seria rapidamente ultrapassado.
A que nos referimos então quando falamos de declinínio demográfico? A respota simples é: falta de homens brancos. Quando discutimos o problema da "natalidade" e as soluções para o ultrapassar, o que estamos realmente a fazer é encontrar formas de proteger a raça caucasiana.

tempo contado

aqui recomendei o livro ‹‹Portugal a Flor e a Foice›› de J. Rentes de Carvalho. Hoje recomendo o blogue ‹‹Tempo Contado›› do mesmo autor.

18 julho 2014

estamos por conta própria

“Os europeus têm de assumir a liderança nisto”, afirmou a antiga responsável da diplomacia norte-americana, que recordou que o avião da Malaysia Airlines voava “sobre território europeu”.

Comentário: É altura da Europa desinvestir no Estado Social e começar a investir na sua própria defesa

o Verão pendurado II

Estamos a 18 de Julho e aqui por Caminha estão 12º C. A temperatura máxima para o dia não irá chegar aos 20º C e as previsões dão agravamento para o fim de semana. Este ano ainda não desfrutei de um único dia de verdadeiro calor; o máximo foram 28º C por umas horitas.

O lobby dos aquecimentistas já deixou de falar de aquecimento global e agora refere-se apenas a alterações climáticas. Alterações que, na realidade, são normais neste nosso planeta Terra.

Entretanto o governo contempla uma nova taxa de CO2...

17 julho 2014

3 notícias 3

Austrália elimina taxa de carbono

Portugal implementa taxa para o CO2

Actividade solar em mínimos de um século

Comentário: Preparamo-nos para ser os palhaços do "aquecimentismo"

quando as coisas correm mal

Quando as coisas correm mal no sector público culpa-se o capitalismo selvagem. Quando correm mal com empresas privadas a operar no mercado, como a PT, culpa-se quem?

O Espírito Santo?

um especialista

DE pede opinião sobre o BES a um especialista em falências

16 julho 2014

sem papas na língua

É criminoso subir o salário mínimo

muito divertido

lamentável












Ontem assisti a uma entrevista lamentável da jornalista Helena Garrido sobre a falência do grupo Espírito Santo. Quando o jornalista lhe perguntou se o colapso financeiro do grupo era fruto de uma “pirâmide de Ponzi”, a Helena sem pestanejar afirmou que sim que havia semelhanças.
Depois, em tom de desabafo foi proclamando que afinal “sempre havia pessoas a viver acima das sua possibilidades... “.
Ora tanto quanto se sabe os problemas do grupo Espírito Santo não são comparáveis aos do Sr. Madoff nem aos esquemas da D. Branca. Com certeza que a gestão do grupo não foi previdente e que podem ter sido cometidas ilegalidades, contudo estamos a falar de situações distintas.
Era útil que os jornalistas usassem do máximo cuidado na análise destes assuntos, para não estarmos a dar tiros nos pés que sustentam a credibilidade do País.

15 julho 2014

very problematic

... family-controlled banks can be problematic; but large, systemically important banks that are managed by family owners can be very problematic

FT

rerun

Primeira medida da administração Bento deverá ser uma auditoria às contas do BES

Comentário: O BES é uma instituição ultrauditada e esta primeira medida não vai concluir nada que não se saiba já. Por outro lado, o resultado prático vai ser queimar o banco em lume brando.

14 julho 2014

2 notícias 2

HIV nos gays atinge proporções epidémicas


Não é justo que os gays não possam ser dadores de sangue

por honra

Honoris Causa

Comentário: Nem de propósito

patético

Estamos a usar uma vez e meia a capacidade do planeta Terra. E em breve será duas vezes. Cerca de 85% dos recursos são consumidos pelos 20% mais ricos da população mundial. O resto dos 80% das pessoas está a consumir uma percentagem muito reduzida. Isto significa que os ricos do mundo estão a consumir mais do que um planeta Terra. A questão que se coloca é: onde estão os recursos para alimentar os pobres?

Público

Comentário: Os países desenvolvidos consomem mais recursos do que os subdesenvolvidos mas este facto não pode ser analisado de forma maniqueísta opondo ricos a pobres. Depois, quem sabe qual é a capacidade da Terra? E qual é a energia que poderemos vir a extrair do Sol, por exemplo.

13 julho 2014

No longo prazo estamos todos mortos

De acordo com a revista the Economist desta semana, foi levado a cabo um estudo com crianças em que estas eram colocadas perante a possibilidade de comer um doce imediatamente ou então esperar algum tempo e comer dois. Inevitavelmente, algumas optaram por comer o doce de imediato, incorrendo no custo de não beneficiarem do segundo doce minutos mais tarde.
Os investigadores depois seguiram o percurso dessas crianças, concluindo que as mais impacientes, aquelas que mais subestimaram o retorno futuro, tiveram menores performances escolares e maior probabilidade de cometer crimes na vida adulta. Ou seja, a desinteligência e a aptidão pelo roubo estão directamente ligadas à preferência temporal pelo presente.  

fatal

“Lo de subir impuestos se me da fatal”

12 julho 2014

o vestido da rainha

"Catolicismo é realismo", dizia-me recentemente um Bispo da Igreja Católica depois de conversar longamente comigo. A observação não constituía novidade para mim. Catolicismo é, na realidade, em primeiro lugar, realismo, é conhecer-se a si próprio e aos outros, é conhecer o mundo antes de o procurar mudar.

Ora, não falta quem queira mudar o mundo - e Portugal, em particular - sem primeiro o conhecer. Eu continuo a pensar que o liberalismo é o sistema económico mais eficaz para tirar a humanidade da miséria. O maior exemplo está aí mesmo diante dos olhos - os EUA. Quando um dia a humanidade olhar para trás para este século vai concluir que a grande contribuição dos EUA à Civilização foi a de mostrar ao mundo como tirar, em massa, o homem da miséria.

Porém, o liberalismo é fruto de uma cultura calvinista que encontrou a sua melhor expressão nos EUA. E aquilo que é bom nessa cultura não é necessariamente bom noutra cultura. Outro exemplo: a democracia partidária que há uma década os americanos foram levar para o Iraque, em lugar da prometida libertação, aquilo que fez foi destruir o país. Alguém duvida que o regime político de Saddam Hussein era muito mais adequado à cultura iraquiana que o regime de democracia partidária em que os iraquianos vivem agora?

Não existem regimes políticos nem sistemas económicos universais. Aquilo que funciona numa cultura é frequentemente destrutivo da outra. E o liberalismo acaba de destruir mais uma instituição genuinamente portuguesa - o BES. O Banco da tradição portuguesa é um banco familiar, com um nome de família na marca (Borges, Burnay, Totta, Fonsecas, etc.), um banco que tipicamente é pequeno e servindo uma comunidade local, no máximo nacional .  Ponha-se um banco desta cultura a competir  num sistema financeiro liberalizado à escala global e acaba-se com ele. E é assim que o BES está a acabar - o último banco português com um nome de família na marca.

Tivessem os políticos e os intelectuais portugueses (eu incluído, mas só na categoria de intelectual) procurado conhecer-se e si próprios, e aos seus, e muitas das decisões políticas tomadas nas últimas décadas, e que ultimamente nos conduziram à situação  de falência financeira e das instituições, e muitos erros teriam sido evitados. O liberalismo é destrutivo de Portugal. E o socialismo ainda mais.

O liberalismo e o socialismo têm lugar na cultura portuguesa que, sendo uma cultura católica, não exclui nada. Mas não como sistemas exclusivos. Podem ser praticados aqui e ali, neste ou naquele sector, dependendo das circunstância do tempo e do lugar. Mas não podem impor-se de forma total, porque esta cultura não aceita nada que se imponha de forma total ou exclusiva, que imponha uma coisa com exclusão de todas as outras.

Questão diferente é a de saber onde é que podemos ir beber a sabedoria que nos faz conhecer a nós próprios e à nossa cultura de portugueses. Penso que é à Igreja Católica. Mais, penso que está lá tudo (como não podia deixar de ser na instituição católica por excelência). Num post anterior, depois de estabelecer que os partidos políticos, sendo instituições da cultura protestante, são fracturantes e, portanto, destrutivos,  na cultura católica, também mostrei como é possível catolicizá-los, torná-los amigos da nossa cultura e participantes no bem-comum.  Olhei para o modelo das ordens religiosas dentro a Igreja. Ali está como instituições tão opostas do ponto de vista teológico e filosófico, como, por exemplo, os Jesuítas e o Opus Dei, se tornam irmãs.

Na altura referi que a catolicização dos partidos políticos exigia como condição uma regime político monárquico. É altura de perguntar se a Igreja prefere a Monarquia à República.

Se eu colocar esta questão à hierarquia da Igreja, estou certo que vou obter como resposta, em primeiro lugar, que a Igreja abençoa quer a Monarquia quer a República. Nem podia ser de outro modo. Se existe Monarquia e se existe República no mundo é porque Deus assim quis, e portanto a Igreja não pode deixar de abençoar a ambas. Mas fará a Igreja distinção, estabelecendo uma hierarquia entre Monarquia e República, no sentido de considerar uma mais adequada do que outra para servir o bem comum?

Claro que faz. A própria Igreja se organiza sob a forma de Monarquia - e  de Monarquia Absoluta. E não apenas isso. Através de uma multiplicidade de outros sinais, muitos deles subtis, é claro que a Igreja prefere a Monarquia à República, embora abençoe a ambas.

O sinal mais recente ocorreu na recente vista dos novos Reis de Espanha ao Papa. Segundo o Protocolo da Igreja, ninguém se pode vestir de branco quando visita o Papa. Mas existe uma excepção - na cultura católica existe sempre uma excepção, revelando que, para cada situação, ela tem também sempre um princípio. A excepção é aberta às rainhas católicas, que também se podem vestir de branco.

Desta excepção resultam dois sinais importantes acerca do verdadeiro pensamento da Igreja. A primeira é que a excepção é aberta apenas à mulher (rainha), não ao homem (rei), sinal de que a Igreja defere perante a mulher, considera a mulher mais importante do que o homem. A Igreja Católica, ao contrário das Igrejas protestantes, põe a mulher no pedestal. A própria Igreja é uma figura de Mulher (Maria) e a cultura católica (e portuguesa) é uma cultura feminina.

Depois, a excepção é aberta apenas à mulher do rei, não à mulher do presidente da república, um sinal bem claro da ordem de preferências da Igreja em relação aos dois regimes políticos concorrentes. A Monarquia é o regime político preferido pela Igreja Católica. É também o regime político dos portugueses.



vem aí o fim do mundo

É muito frequente confundirmos o fim da vida com o fim do mundo.

11 julho 2014

tirem a venda, porra


Gerir uma economia planificada é como conduzir um carro com uma venda nos olhos. As decisões são tomadas com base em estudos e modelos desenhados a régua e esquadro, nos gabinetes ministeriais, com uma cegueira total para o resultado da acção humana, no sentido que a economia austríaca lhe atribui.
Quando o veículo se esbarra há sempre pânditas a explicar o sucedido com mil e um motivos. Os travões não funcionaram, os pneus estavam carecas, havia óleo na estrada, etc. Raros são os que apontam o óbvio: o condutor ia com os olhos vendados.
Em Portugal, cerca de metade da economia está sovietizada e é gerida de forma planificada. Refiro-me à saúde, à educação e à segurança social. Áreas em que, como não podia deixar de ser se acumulam camadas de erros em cima de erros que contribuíram, e de que forma, para a bancarrota do País.
Nesta perspectiva, há muito pouca paciência para discutir as causas próximas das disfunções das áreas económicas planificadas. Só há é vontade de gritar:

- Tirem a m”#$a da venda, porra.

alemanha - argentina


O Economista Insurgente e a saúde


Ontem a I. estava desiludida com “um dado importante” que um Economista Insurgente citou para explicar a existência de listas de espera em Portugal: o facto de 95% das cirurgias efectuadas implicarem internamento (enquanto a média europeia é de cerca de 70%).
A questão tornou-se quase pessoal porque a I. é diretora de uma unidade de cirurgia ambulatória e portanto conhece bem a nossa realidade. Em Portugal, mais de 50% das cirurgias são realizadas em ambulatório. Não 5, mas 50!
Fui ver se seria um erro tipográfico, mas não. Todo o raciocínio partia de dados errados.
Passei então os olhos pelos restantes capítulos relacionados com a saúde e confesso que fiquei desiludido. Os problemas são analisados a um nível micro quando, na realidade, são de natureza estratégica, isto é: macro.
·      Por que é que há falta de médicos em Portugal?
·      Por que é que não há médicos desempregados?
·      Por que é que faltam médicos?
·      Por que é que existem listas de espera?
·      Por que é que não há mais enfermeiros?
·      Por que é que tantas crianças nascem de cesariana em Portugal?
·      Por que é que os médicos não gostas de genéricos e os farmacêuticos gostam?
·      Por que é que as farmácias aceitam que o Estado acumule tanta dívida?
Perguntam os insurgentes.
Eu explico: por causa da m”#$a do Estado estar metido onde não deve; ponto final.
-       Já viste algum economista desempregado? ‹‹perguntei à I››.
-       Realmente...
-       Porque vivem de criar narrativas para explicar o óbvio. Inventam os problemas e as respectivas soluções.
Os problemas da saúde não se resolvem com melhor gestão, melhor alocação de recursos, melhor sistema de incentivos ou melhor gestão de recursos humanos. Só se resolvem quando acabarmos com o sovietismo.
·      Por que é não há falta de padarias?
·      Por que é que não há listas de espera para o pão?
·      Por que é que não há falta de farinha?
·      Por que é que não há falta de fermento?
Pergunto eu.
Não há mas já houve, nos países que produziam o pão como nós produzimos os serviços de saúde. Será preciso explicar mais?

José Sócrates foi um "terrorista"

"O engenheiro Sócrates é muito responsabilizado, e não há ninguém que o responsabilize mais do que eu, mas eu vejo-o como aquele egípcio que tomou os comandos do Boeing que se precipitou sobre as Torres Gémeas", disse o ex-ministro da Economia.

Daniel Bessa disse que "já o Boeing ia a caminho das Torres Gémeas e ele (José Sócrates), no cumprimento de um guião qualquer, sentou-se ao comando, acelerou quanto pôde e, connosco lá dentro, enfiou-se contra as Torres Gémeas".

Daniel Bessa

Comentário: É difícil alguém ser mais claro

+ 1 Leitada

Não está nada a acontecer ao banco (BES)

... mas são necessários esclarecimentos que ainda não vieram

Comentário: Há pessoas que nunca deviam abrir a boca e MFL é uma dessas pessoas. Reparem como na mesma entrevista faz afirmações incongruentes.

10 julho 2014

já não se justifica

Judge Garry Neilson, from the district court in the state of New South Wales, likened incest to homosexuality, which was once regarded as criminal and "unnatural" but is now widely accepted.
He said incest was now only a crime because it may lead to abnormalities in offspring but this rationale was increasingly irrelevant because of the availability of contraception and abortion.
"A jury might find nothing untoward in the advance of a brother towards his sister once she had sexually matured, had sexual relationships with other men and was now 'available', not having [a] sexual partner," the judge said.
"If this was the 1950s and you had a jury of 12 men there, which is what you'd invariably have, they would say it's unnatural for a man to be interested in another man or a man being interested in a boy. Those things have gone."

Comentário: Na opinião deste juiz australiano o tabu do incesto já não se justifica devido à disponibilidade da contraceção e do aborto.