10 dezembro 2013

O Pai de C. é D.

Este é um mundo em que as mulheres se afastaram todas, ou um mundo em que elas  estão todas em greve.

Eu chego junto do C. e pergunto-lhe quem é o pai.

Ele aponta para o D.

Eu  peço ao C: "Prova lá que ele é teu pai".

O C. fica a olhar para mim sem saber o que fazer.

Depois, volto-me para o D. e faço-lhe o mesmo pedido: "Prova lá que o C. é teu filho".

Ele encolhe os ombros, não tem como provar.

A conclusão a tirar é que o pai do  C. tanto pode ser o D., como o F., o G., o H.,...

Este mundo vai passar a viver de hipóteses, teses, suposições. Não é possível estabelecer certezas, verdades absolutas.

O C. está  agora desnorteado. Ele  começa a olhar para todos os homens vinte anos mais velhos, ou mais, à procura de sinais exteriores que lhe sugiram quem é o seu pai.

Um dia estabelece a tese: "O meu pai é o H. porque tem o nariz parecido com o meu" e depois vai procurar recolher mais sinais exteriores que confirmem ou infirmem esta tese. A tese é infirmada porque o H. vivia num país muito distante à data provável da sua concepção.

O C. formula outra tese que recai agora sobre o R.

É provável que o C. acabe por se desinteressar quem é o pai. Tornou-se um agnóstico.

Ou então, concluindo que qualquer homem pode ser seu pai, conclua também que, na realidade, afinal não tem pai. Tornou-se um ateu.

O protestantismo e a modernidade foi isto o que fizeram. Excluindo a Mulher criaram um mundo onde não existem mais verdades, mas apenas teses, hipóteses ou suposições, possuindo todas o mesmo valor. A tese de que o pai do C. é o H. tem o mesmo valor que a tese de que o pai do C. é o R.

E ninguém podendo saber ao certo quem é seu o pai, a relação de paternidade que envolve amor, autoridade, protecção, etc. foi substituída por uma relação de indiferença - o agnosticismo - ou de negação - o ateísmo.

Ninguém consegue chegar ao pai através do filho, estando as mulheres excluídas da cena.

Compreende-se agora por que é que o Kant e outros filósofos modernos, todos oriundos da cultura protestante, que excluiu a veneração de Maria,  afirmavam que não se podia chegar a Deus pela razão. Eu também não consigo lá chegar, através do filho (C.) eu também não sou capaz de chegar racionalmente ao pai (D.)

Tivessem chamado a M. e ela teria esclarecido tudo, pondo a verdade onde até então só havia teses ou hipóteses: "O pai de C. é  D." Com ela no meio já é possível chegar a Deus pela razão.

21 comentários:

francisco feijó delgado disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
francisco feijó delgado disse...

Uma solução simples é possível nos dias de hoje: teste de ADN. Resolvia-se muita coisa. Além disso, trazer a mulher à questão nem sempre é totalmente esclarecedor. Há sem dúvida casos de mulheres com um grau de actividade sexual que baralha a coisa.

No caso específico desta M., é preciso ainda confiar na palavra do A.G. porque senão nem a própria M. saberia. Finalmente, há ainda a questão da fé - fé em que M. estivesse a dizer a verdade.

zé manel disse...

Engraçado que também Pedro Arroja formule as suas teses - o produto do protestantismo - para mostrar que é possível chegar a deus.

E ninguém topa o contraditório.

Anónimo disse...

O teste de Adn, não serve de nada nesta discussão!... Ninguém quer saber da "verdade" verdadeira! Isso é uma grande chatice! E acho que o PA está a confundir "certeza" (crença) com "verdade". O povo diz, e com toda a razão que a "verdade só Deus sabe"!...
Mas há aqui outra história: se não se consegue chegar a Deus através do "filho", então a história do cristianismo está toda errada desde os seus fundamentos há mais de 20 séculos!!!
Mas então porque será que a "tese" católica vingou duma forma tão duradoura, mesmo excluindo a mulher???? Será que é possível viver na "mentira" tanto tempo????
NÃO ME PARECE!!!
Mas continue... talvez chegue a algum lado!!!!

francisco feijó delgado disse...

Anónimo - se é por longevidade das teses, então os Judeus têm mais razão e o messias ainda está para vir, não?

E porque é que a historia do cristianismo não pode estar errada?

Anónimo disse...

E mais: é comum aceitar-se que uma mulher, mesmo a mais promíscua, sabe sempre quem é o pai do seu filho!!!
Ou seja, nunca, desde os primórdios da humanidade houve qualquer dúvida sobre essa "certeza".
Portanto, a melhor "via" para chegar ao Pai, ao verdadeiro, é através da Mãe!...
Então como é que que vinga uma ideia "sacrilega" durante tanto tempo (a de que se pode chegar ao Pai pelo filho) e se transforma na religião que hoje é o cristianismo???
Ou a apropriação da Igreja Romana (do Império Romano) das ideias duma parte da diáspora judaica, deturpou a "mensagem" inicial e há aqui algo que se perdeu e que nós hoje desconhecemos????!!!!

Anónimo disse...

É isso mesmo "scheeko"!!! Estamos no mesmo "registo"! Será que aquilo que nos dizem do cristianismo está mesmo tudo errado????

zazie disse...

Como é possível escrever-se assim, com esta sinalética histérica.

Há coisas que me ultrapassam. Não se entende de onde veio esta moda.

Tudo aos pilinhos e gritinhos a botarem dezenas de pontos de exclamação e interrogação seguidos.

zazie disse...

És homem, pá?

Só por curiosidade. É que se és homem e escreves como uma mulher cheia de palpitações, o mundo está mesmo perdido.

Anónimo disse...

Ó Zazie, escrever atrás do monitor e chamar uns nomes feios aos outros, armada em machona defensora dos bons costumes é fácil. Dar a cara é que já me parece mais dificil, embora eu admita estar na mesma situação...
Mas o texto acima, da minha autoria, não pretende concorrer a nenhuma prova literária, muito menos estar de acordo com as exigências e ditames de Vª Exª.
Histerismos à parte (não esteja eu a dirigir-me a alguém que o seja de verdade, na minha terra quando a mó roda saiem dois produtos: farinha e farelo. Da farinha fazemos pão, dos farelos fazemos bácoros. Agora escolha, mas os entendidos acham que quem toma o farelo por farinha, ou não sabe da poda, ou precisa de ser tratado...

zazie disse...

Imagina só uma pessoa a escrever atrás do monitor.

Já experimentaste escrever atrás do monitor e dar a volta com os bracinhos até à parte da frente para chegares ao teclado?

Ou também usas o teclado atrás do monitor e vez o que lá está por reflexo num espelho qualquer.

Conta lá, pascácia para me rir mais um bocadinho.

zazie disse...

Saem, vá corrija também o verbo sair.

zazie disse...

Na volta, foste feito por trás e daí que a bacorada saia pelas traseiras do monitor

ahahahahahah

Anónimo disse...

Ó pá vai coçar a rata prá ribeira que o teu mal é falta de peso...

Anónimo disse...

A Zazie hoje não diz nada de jeito: anda a beber vinhaça da rasca, depois dá nisto...

zazie disse...

Vai falar assim com a tua mãezinha que te cagou.

Anónimo disse...

na mouche, não foi Zazie?...

francisco feijó delgado disse...

Esta discussão já não interessa muito. Anónimo, acho que não estamos no mesmo registo.

1 - "E mais: é comum aceitar-se que uma mulher, mesmo a mais promíscua, sabe sempre quem é o pai do seu filho!!!" - Obviamente que não. Se for para a cama com 10 homens numa semana, como é que sabe quem é o pai? Pode saber quem não é, mas não pode saber quem é.

2 - Não faço ideia se se perdeu alguma coisa. É provável que sim, ao fim de uns milhares de anos a passar histórias de mão e mão. Mas como aposto que foi tudo invenção humana, não tenho grande interesse em saber se há alguma mensagem mais válida que outra.

Anónimo disse...

não é nada disso... você não percebeu...

Anónimo disse...

"Não tem como provar"? Estou espantado. O Pedro Arroja e as pessoas com que ele fala habitualmente, não sabem o que são testes de ADN?

Anónimo disse...

Blogger scheeko™ disse...
Uma solução simples é possível nos dias de hoje: teste de ADN. Resolvia-se muita coisa.

Pá, a sério? Vamos explorar essa inovação a ver se resulta como dizem? ;) Parece que estou a assistir a uma discussão do género:
- Tenho uma mensagem para mandar ao meu pai ainda hoje, não sei como fazer
- Olha, eu ouvi dizer que é possivel fazer através de uma coisa chamada internet.

LOL