18 outubro 2013

Procura-se

O meu artigo publicado hoje no Jornal Vida Económica:


Procura-se

Por: Pedro Arroja


Nos últimos meses tenho vindo a defender nesta coluna que, nas últimas décadas, Portugal tem vindo a ser governado fora da sua cultura e, portanto, mal governado. A situação financeira ruinosa em que se encontra o Estado e muitas outras instituições portuguesas está aí para o comprovar.

Argumentei que certas instituições e processos económicos que são fontes de estabilidade social e de prosperidade para os países do norte da Europa são ruinosos para Portugal. Estão neste caso a moeda única, o mercado único, o Estado-Providência, a democracia-partidária, a ideia do Estado de Direito e o actual sistema de organização da justiça, etc.

Dois anos e meio depois de iniciado o processo de tutela governativa de Portugal pela Troika, numa altura em que foram pedidos os primeiros sacrifícios aos portugueses com a promessa de que as coisas iriam melhorar, o novo Orçamento do Estado, que esta semana começou a ser discutido na Assembleia da República, traz aos portugueses, não as melhorias prometidas, mas ainda mais sacrifícios. E a situação não vai ficar por aqui. Em breve, Portugal estará a negociar um segundo pacote de ajuda com a Troika, com a mesma certeza com que a Grécia estará a negociar o terceiro.

Se a actual arquitectura governativa arruinou o país e se mostra incapaz de o fazer recuperar, será então adequado pôr a questão: como é que Portugal se deve governar, qual seria a arquitectura governativa capaz de garantir a solvência do país e o fazer prosperar em paz e estabilidade social?.

Depois de reflectir, eu não encontrei melhor forma de responder sintética e eficazmente a esta questão do que sob a forma de um anúncio:

 

Procura-se

Cidadão para governar Portugal

 
1)      Experiência profissional e habilitações
               -Ter governado uma família com todos os filhos maiores de 21 anos.
               -Ter governado, pelo menos, alguma outra instituição (empresa, associação desportiva ou de beneficência) ou departamento (do Estado, de uma empresa, etc.).
               -Habilitações académicas: não exigível.

      2)    Perfil Pessoal
               -Cidadania: portuguesa.
               -Idade: maior de 50 anos.
               -Sexo: Masculino.
               -Baptizado: católico.
               -Estado civil: casado ou viúvo.
               -Não pertencer, nem nunca ter pertencido, a um partido político, quer como filiado quer    como simpatizante.
               -Personalidade: discreta, não-mediática.
               
3)      Vencimento e outras regalias:
               -Vencimento mensal: 1 500 euros
               -Pensão de reforma: não há.
               -Casa, alimentação e tratamento de roupa.
              -Carro de serviço, telefone e outras despesas associadas estritamente ao exercício da função..
        
      4) Outras cláusulas contratuais
              -Condições de exercício da função: poder absoluto.
              -Duração do contrato: quatro anos (não renovável).
 

O candidato escolhido será eleito entre todos os respondentes ao anúncio que cumpram as  condições nele indicadas.

 

Em menos de dois anos, a economia portuguesa estaria a crescer vigorosamente, o desemprego a cair, os impostos a diminuir e as dívidas a serem pagas.

27 comentários:

Ricciardi disse...

Anúncio de Shackleton para recrutar pessoal para a travessia da antartica em 1914:

"Procura-se homens para uma viagem perigosa. Salário baixo. Frio extremo. Longos meses de completa escuridão. Perigo constante. Não se garante retorno com vida. Honra e reconhecimento em caso de êxito”.
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A resposta a este anuncio foi incrivel parecia que londres inteira estava interessa em ir.
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Pois bem, concordando com o artigo do Pedro, apenas fazer um raparozinho. Falta no anuncio a honra e reconhecimento que de facto motiva os homens .
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Rb

Luís Lavoura disse...

Salazar nunca governou uma família e, quando subiu ao poder, tinha bem menos de 50 anos de idade.

Anónimo disse...


Esqueça zazie, não mande o curriculum.

Estou a pensar talvez no Joaquim...
mas num regime de part-time, tipo das 16h00 às 19h00. Que diz Joaquim?

Sempre são 1.500 euros, sem descontos para a segurança social. Talvez até mesmo sem recibo.
It's a no brainer, go for it Joaquim!

D. Costa




Eduardo disse...

Se é homem, como pode dizer que governou uma família se o próprio PA defende que é a mulher que a governa?

Anónimo disse...

http://www.youtube.com/watch?v=jT3_UCm1A5I

Elaites

Anónimo disse...

Por 1500 euros alguém aceitava uma coisa dessas? Havia de ser bonito: só loucos ou ignorantes aceitariam.

Pedro Sá

lusitânea disse...

Há milhares que ganham 1500 euros que fariam muito melhor do que o Passos...

Zephyrus disse...

Procura um verdadeiro chefe de família numa sociedade maioritariamente matriarcal mas com uma máscara de antropocentrismo.

Zephyrus disse...

Pergunto aos leitores. Em casa, quem foi a figura de autoridade na vossa educação? O pai ou a mãe? Quem decidiu a vossa educação? Quem vos castigou? Quem temiam? Tinham papás que diziam «a vossa mãe é que sabe», «ela é que decide», «o que ela decidir está dito»?

Zephyrus disse...

Eu tenho uma teoria, baseada na experiência de vida, experiência profissional e opinião de colegas, e também nas opiniões do Prof. Arroja.

Somos uma sociedade matriarcal, isto já vem do período pré-romano, o Sul é menos matriarcal, especialmente o Algarve, o Norte, especialmente o Minho, é mais matriarcal.

O equilíbrio das personalidades só poderá vir com um homem com uma personalidade fortemente viril.

Alguém aqui já namorou uma inglesa ou sueca? São mulheres carentes, querem ser dominadas. Já as portuguesas, se deixarmos, impõem-se, querem mandar. Especialmente no povo, nas elites encontram-se mais mulheres «femininas» que no povo.

Isto são coisas que em Inglaterra posso dizer sem ser ridicularizado. Aqui em Portugal só digo nesta caixa de comentários.

Ricciardi disse...

"Querem ser dominadas."
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Ai cum caraças.
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É assim mesmo. Cabresto nelas nas bifas e nas vickings.
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As mulheres vickings após o casamento mudavam para a família do marido e tinham trabalhos como cozinhar, limpar e cuidar dos necessitados. As mulheres eram obedientes, mas podiam pedir divórcio, caso houvesse motivo, já os maridos podiam ter concubinas e matar as mulheres adúlteras, mas tinham de pagar ao pai da noiva para casar. Na familia o paizinho tinha a poder sobre a vida após o nascimento de um bebe. Polegar para baixo e cortavam-lhe as goelas.
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Rb

Ricciardi disse...

Um gajo tambem vê leoes a matar as crias, mas nunca as dele. O bicho humano tem destas raridades rothbardianas.
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Rb

Zephyrus disse...

Meter na cama mulheres estrangeiras dá-nos grandes lições de Economia e Sociologia.

Anónimo disse...

o Presidente da CIP, parece reunir as condições necessárias

Vivendi disse...

4 anos não renovável?

O que seria hoje do FCP se o Pinto da Costa só tivesse ficado por lá 4 anos.

Quando se é realmente bom tem de ficar até cair da cadeira.

Vivendi disse...

Papa, grandes empresários, líderes de instituições... Ficam enquanto mostram obra e capacidade de levar as coisas adiantes.

Não entendi mesmo o porquê dos 4 anos. Que benefícios acrescenta? Tradição democrática? (que incoerência)

Anónimo disse...

Caro PA, eu gosto é da parte em que fala de dois anos... menos de dois anos!...
Este anúncio está feito à sua medida!... Parece um daqueles concursos públicos especiais!... -- JRF

CCz disse...

o jerónimo de sousa deve cumprir

zé manel disse...

Duração do contrato: quatro anos (não renovável) ?

Não se cuida de uma família em 4 anos, PA. Uma família é para a vida toda.

Vivendi disse...

Ora nem mais Zé Manel.

Sinceramente fiquei espantado com isto dos 4 anos. Mas foi um artigo de jornal.

Anónimo disse...

Quatro anos chega e sobra caro Vivendi... então não sabe ler? Em menos de dois, está feito!... -- JRF

Anónimo disse...

1)"-Sexo: Masculino."

Ou seja, isto do mulherio não tem cabecita para governar. Mas como nada se diz do assunto, pode ser gay.

2) "-Habilitações académicas: não exigível."
Ou seja, pode ser
analfabeto.Afinal para governar não é precisos grande cabecita.

3)"Condições de exercício da função: poder absoluto."

Ou seja um pode ser um analfabeto e forçosamente um ditadorzeco de merda. Até pode ser gay não assumido.

Anónimo disse...

Vejamos o tipo ideal do PA: um gay analfabeto com tiques de ditador.

E um bigodito, não?

Anónimo disse...

Vejamos o tipo ideal do PA: um gay analfabeto com tiques de ditador.

E um bigodito, não?

Anónimo disse...

Zephyrus , Zephyrus , pelo que escreves deves ter uma belo par de cornos posto por uma estrangeira.

Anónimo disse...

"Somos uma sociedade matriarcal, isto já vem do período pré-romano, o Sul é menos matriarcal, especialmente o Algarve ..."

Pas d'accord! Os Algarves são uma sociedade desbragadamente matriarcal. As crianças crescem num ambiente que quem manda é a mulher. E que não trabalha, nem para lavar a roupa! Manda o homem trabalhar. Do homem provém o sustento da família.
As raparigas são "ensinadas" a mandar e os rapazer são "ensinados" a obedecer = amochar.
eao

Zephyrus disse...

Sei que o Algarve também é matriarcal mas parece-me um pouco menos que o Minho.