21 fevereiro 2013

+ 1 direito

Os ministros têm direito a falar

Por estes dias, alguma "intelligentsia" tuga tem defendido um novo direito. Penso que não se trata exactamente de um direito cívico, como o direito à vida, à liberdade, à propriedade e à procura da felicidade, porque não é universal, mas mesmo assim de um direito que, alegadamente, assistirá aos membros do governo - o direito a falar.

Claro que os ministros não têm qualquer dificuldade em expressar as suas opiniões e políticas nos meios de comunicação social e em fóruns políticos. O problema é falar quando há um número, pelos vistos significativo, de pessoas que não os querem ouvir. Essas pessoas têm o direito de se manifestar e a "intelligentsia" reivindica o direito dos ministros falarem. Que fazer?

Em primeiro lugar é necessário contextualizar o problema. Portugal atravessa uma das piores crises da sua existência, uma crise política, económica e social que nos transformou num protectorado de povos que já considerámos bárbaros. Há um sentimento de revolta popular e o governo não tem sabido explicar as suas políticas, se é que as tem.

Em segundo lugar, convém recordar que este governo tem demonstrado um desprezo olímpico por  direitos que a população considerava adquiridos, soando agora a falso a preocupação angélica de proteger o direito dos ministros falarem.

Assim sendo, a minha recomendação é que os ministros comecem por comunicar melhor as suas ideias através dos meios de comunicação social. Assumam os constrangimentos com que decidem e que, já agora, limitem as suas aparições públicas ao mínimo essencial, enquanto perdurar este clima. Ou se demitam, se não forem capazes de desempenhar as suas funções.

Entretanto, gostaria de sublinhar que, na minha opinião, a retórica sectária do Miguel Noronha, ou os argumento florentinos do Henrique Monteiro, apenas atiram achas para a fogueira. O Rui Albuquerque também está farto destas cenas, mas por motivos diferentes. A sua requintada cultura musical, de que me apercebi quando recomendou uns CD's dos Prefab Sprouts, não suporta a simplicidade rústica do compasso binário. Tem razão meu caro, carradas de razão, mas os gostos da populaça são "sempre a bombar".

E o problema pode tornar-se muito mais complicado no dia em que a tal populaça se deixar de cantorias e começar a "bombar" na cabeça dos políticos que nos governam. Quando se cria um ambiente de revolta social não adianta falar de direitos, nem do direito a falar nem de direitos mais substanciais, como o próprio direito à vida. Já imaginaram a Maria Antonieta, com a cabeça na guilhotina, a gritar: ‹‹respeitem os meus direitos, respeitem o meu direito à vida››. Ia surtir um efeito que nem vos digo.


8 comentários:

zazie disse...

Mas merece a pena comentar um animal que controla nicks?

Ou um ornitorrinco que defende atlas de investimento tendo por modelo os Four Yorkshiremen

zazie disse...

E era uma alimária dessas- que controla nicks e IPs e bloqueia comentadores que tinha agora legitimidade para falar em "liberdade de expressão".

Eu nem entendo como ainda haja pessoas que conseguem abrir certos urls.


È que aquilo é do mesmo nível de indigência mental de um 5 dias ou Arrastão.

Anónimo disse...

Hola Zazie,

Ahahahah
:-)

zazie disse...

";O)))

zazie disse...

Por acaso confundi os ornitorrincos. O que acontece facilmente, pois uma pessoa nunca lhes distingue a cauda do bico e o que sai é idêntico.

Mas era este ex-mrpp. Ok. Não diz nada mas devem pagar-lhe pela mancha de papel.

muja disse...

Quem é que era ex-mrpp?

marina disse...

muito bem , nem mais.

zazie disse...

O Henrique Monteiro, quem havia de ser

ehehehehe