31 dezembro 2012

2013

— Acha que podia ter feito algo diferente na sua vida?
— Podia ter bebido mais champanhe! (John M. Keynes)

Uma das minhas citações favoritas, é verdade, é do... Keynes.

20.000,00 €/ capita — dívida pública


próximo dos 200 MM€


Um ano e meio após o início da intervenção da troika em Portugal, a dívida do Estado continua a crescer a um ritmo semelhante ao dos últimos 18 meses do Governo de José Sócrates.
Segundo dados do IGCP (agora denominada Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública), a dívida directa do Estado subiu português 18,2% desde a entrada do Fundo Monetário Internacional (FMI), da Comissão Europeia (CE) e do Banco Central Europeu (BCE) no país.
Entre Junho de 2011 e Novembro deste ano, a dívida directa do Estado cresceu na ordem dos 30 mil milhões de euros, passando de 164,3 para 193,5 mil milhões de euros. Este aumento é quase equivalente ao registado no último ano e meio da governação socialista. Entre Novembro de 2009 e Junho de 2011, a dívida do Estado aumentou 24% passando de 130,2 para 164,3 mil milhões de euros – uma subida também na casa dos 30 mil milhões de euros, mostram os dados do IGCP.
Sol

Comentário: Dívida do Estado aproxima-se dos 20.000,00 €/ capita.

2 notícias 2

Miguel Relvas, Dias Loureiro e José Luís Arnaut em férias de luxo no Rio de Janeiro

Este ano, 16% dos hotéis portugueses encerraram na época baixa. Só no Algarve, e de acordo com dados da Associação da Hotelaria de Portugal citados pelo jornal “Expresso”, quase metade dos hotéis (48%) fecharam esta estação por falta de turistas.

eis o problema


claro como a água


30 dezembro 2012

o fim das utopias

Hoy por hoy, tratándose de política, el sueño está prohibido, ya sólo son admisibles los sueños literarios y artísticos.
Vargas Llosa

onde estão as gajas?

Passei pelo blogue do Pedro Lains na sequência deste post e deste do Miguel Noronha, no Insurgente.
Não dei o tempo por mal empregue, desde logo por esta pérola do autor, a propósito da criação do Conselho da Diáspora Portuguesa, a que eu já me tinha referido aqui.
O Pedro Lains até concorda com a ideia, mas reparou é que não havia gajas e ficou triste ‹‹porque lá fora vai dar uma imagem menos positiva... do país ››:
— Wo sind die Frauen?
O Pedro Lains deve é ser um pouco mais discreto, para não parecer o menino Zéquinha.


29 dezembro 2012

capacidade contributiva

Acima de 70% os impostos são confiscatórios

US has become an Orwellian state

musica clássica moderna



FZ, 1967, Hit Parader

If you want to learn how to play guitar, listen to Wes Montgomery. You also should go out and see if you can get a record by Cecil Taylor if you want to learn how to play the piano.
You ought to look into the complete works of Anton Webern on Columbia (K4L-232), conducted by Robert Craft. That's four records. Robert Craft is not always an excellent conductor, and his performances are not always absolutely accurate, but they probably didn't give him a very good budget because it was modern music, and they wanted to get the job over with, and he was probably under pressure, so don't mind the mistakes that are on there if you're following it with a score.
Also, Pierre Boulez conducts his own composition: "Le Marteau Sans Maître". I don't know what label that's on, but it's the one with Boulez conducting. The one by Robert Craft has too many mistakes.
Also you ought to get Bartók's first, second and third piano concertos, which are all very groovy and good to dance to. I have the version on Westminster (18277) by Edith Farnadi with the Vienna State Opera Orchestra. I've never heard any other version of the second and third piano concertos so I don't know whether or not that's the best recording. It might not even be available. I heard another version of the first at Andy Kulberg's, of the Blues Project, who has an extensive collection of modern music.
Also, buy everything that you can by Igor Stravinsky and dance to it - especially "L'Histoire Du Soldat", which means "Soldier's Tale", and the "Agon" ballet, which is a beautiful thing.
There's a record by Karlheinz Stockhausen on the Deutsche Gramophon label called "Gesang der Jünglinge", it's the "Song Of The Youths"; "Kontakte" ("Contact") is on the other side. Buy that (DGG 138811).
I hope you spell all the names right because if any of these composers read Hit Parade, and see a mistake, they're going to be real mad at you.

sustentabilidade

Se a sustentabilidade do SNS depende da prevenção das doenças, como afirma o Secretário de Estado da Saúde, Leal da Costa, então podemos já passar-lhe a respectiva certidão de óbito, porque a prevenção não diminui a despesa. Pelo contrário, a prevenção aumenta a despesa com a saúde porque consome recursos e porque, prolongando a vida, aumenta o consumo de serviços de saúde durante o período de vida de cada um. O caso dos fumadores, que destaquei neste post, é paradigmático desta situação.
Isto não significa que não nos devamos esforçar por prevenir as doenças e promover um estilo de vida mais saudável, apenas que não devemos alimentar ilusões de que daí resultarão poupanças para o sistema de saúde que o vai salvar do colapso.
O fundamentalismo relativamente ao tabaco, por exemplo, não pode ser defendido com base neste tipo de argumentos e afirmar que se poupariam 500 milhões de Euros se os portugueses deixassem de fumar é leviano.
Os jornalistas da Lusa e do Público podiam ter esclarecido esta problemática em 15 minutos de pesquisa na internet, mas preferiram transcrever as declarações do Dr. Leal da Costa ipsis verbis. Como ele é Secretário de Estado deve saber do que fala.

a prevenção não reduz os custos

BACKGROUND
Although smoking cessation is desirable from a public health perspective, its consequences with respect to health care costs are still debated. Smokers have more disease than nonsmokers, but nonsmokers live longer and can incur more health costs at advanced ages. We analyzed health care costs for smokers and nonsmokers and estimated the economic consequences of smoking cessation.

CONCLUSIONS
If people stopped smoking, there would be a savings in health care costs, but only in the short term. Eventually, smoking cessation would lead to increased health care costs.
NEJM

a prevenção reduz os custos

O secretário de Estado da Saúde considera que os portugueses têm a obrigação de contribuir para a sustentabilidade do Serviço Nacional de Saúde (SNS), prevenindo doenças e recorrendo menos aos serviços.
“Se nós, cada um dos cidadãos, não fizermos qualquer coisa para reduzir o potencial de um dia sermos doentes, por mais impostos que possamos cobrar aos cidadãos, o SNS será, mais tarde ou mais cedo, insustentável”, afirmou Fernando Leal da Costa, em entrevista à Lusa.

a prevenção não reduz os custos

An article in the February 14, 2008 New England Journal of Medicine presented the most recent and largest compilation of evidence. Based on 599 studies published between 2000 and 2005, the authors reported that spending more on prevention increased medical spending over 80 percent of the time. The situation hasn’t changed since I concluded in my 1986 Brookings Institution book, Is Prevention Better than Cure?, that prevention usually added to medical spending.
Prevention comes in many forms: vaccines; treatment of risk factors for disease, such as elevated blood pressure or cholesterol; screening to catch disease early, when it may be more treatable; programs and advice to help people alter habits like smoking or overeating, which put them at higher risk of disease.
While a few of these approaches can save more than they cost (such as flu vaccines for the elderly, when the cost per dose of vaccine is low enough), most add to medical spending. The additional spending can be modest. Smoking cessation programs cost just a few thousand dollars for each year of life they save. But in other cases the additional spending is substantial.
LOUISE B. RUSSELL

28 dezembro 2012

benchmarking

Na Comunidade Autónoma de Valença todos os hospitais são privados (ainda preciso de confirmar este dado) e o financiamento é por capitação.
Em 2012, as unidades convencionadas, desta região, receberam 639,00 € por cada utente da sua área de influência. Se em Portugal fizéssemos o mesmo, o Ministério da Saúde não precisaria de mais de 6.390 MM€ para prestar assistência a toda a população — cerca de 4% do PIB. Uma poupança superior a 1.500 MM € relativamente ao orçamentado para 2012.
O Ministério da Saúde não deve furtar-se a este tipo de benchmarking.

it doesn't take a hero

A guerra é um assunto profano — Norman Schwarzkopf

a vida não é uma pizza

Dear Mr. President,
...

There is a fixed amount of good things. Life is a pizza. If some people have too many slices, other people have to eat the pizza box. You had no answer to Mitt Romney's argument for more pizza parlors baking more pizzas. The solution to our problems, you said, is redistribution of the pizzas we've got—with low-cost, government-subsidized pepperoni somehow materializing as the result of higher taxes on pizza-parlor owners.
In this zero-sum universe there is only so much happiness. The idea is that if we wipe the smile off the faces of people with prosperous businesses and successful careers, that will make the rest of us grin.
There is only so much money. The people who have money are hogging it. The way for the rest of us to get money is to turn the hogs into bacon.
...

I would argue that the world doesn't need more encouragement to think in zero-sum terms or act in redistributive ways.
Western Europe has done such a good job redistributing its assets that the European Union now has a Spanish economy, a Swedish foreign policy, an Italian army, and Irish gigolos.
P.J. O'ROURKE

A Europa redistribuiu os seus recursos com tanto afinco que a UE agora tem uma economia espanhola, uma política externa sueca, um exército italiano e chulos irlandeses.

27 dezembro 2012

despublicar

Nicolau Santos resolveu despublicar a entrevista do ABS, do dia 15/12/2012. Com esta despublicação, Nicolau — o enganado — poderá passar a desenganado. E o semanário Expresso abandonará o seu novo e merecido estatuto de jornal de desreferência para voltar a ser de referência.
O desjornalista deseconómico Nicolau Santos terá certamente aprendido que as suas patacoadas valem por si e não necessitam do apoio de nenhuma autoridade da ONU ou do Banco Mundial. In extremis pode sempre despatacoar, o que é bem melhor do que despublicar.

26 dezembro 2012

sursum corda

Among the good people I meet in church, my faith flourishes, it raises its head proudly, I feel the sursum corda, the lifting of the heart which is the essence of the happiness Christianity brings.
So my first reason for faith is communal, and it is a very powerful reason. But even stronger is the assurance I get from prayer. I am not talking of public prayer, which is the essence and reinforcement of the communal spirit, but private prayer.
Paul Johnson

Cavaco teve uma ideia

Esta é "uma iniciativa totalmente nova", que resulta de um desafio lançado pelo Presidente da República, Cavaco Silva, que tem mantido contactos com a diáspora portuguesa e considerou que era importante "criar algo diferente", explicou à Lusa o promotor da iniciativa, o empresário Filipe de Botton, que também é presidente da Logoplaste.
...
A iniciativa conta com 26 fundadores - como António Horta Osório (Lloyd's Bank), José Duarte (SAP) ou Carlos Tavares (Renault-Nissan) -, e tem como presidente honorário Aníbal Cavaco Silva. O ministro do Estado e dos Negócios Estrangeiros, Paulo Portas, é vice-presidente honorário do Conselho da Diáspora Portuguesa.
DN

Infopédia: diáspora
nome feminino
  1. Dispersão dos Judeus que deu origem à formação de comunidades judaicas fora da Palestina
  2. Conjunto das comunidades judaicas ou de outras comunidades radicadas fora da própria pátria
  3. Dispersão de um povo por motivos políticos, religiosos ou étnicos
  4. Emigração ou saída forçada da pátria
Eu não sei se podemos verdadeiramente falar de uma diáspora portuguesa e se podemos é por péssimos motivos. Motivos a que não estão associados os gestores globais que foram convidados para pertencer a este Conselho da Diáspora Portuguesa. Isto quase que parece Cavaco a brincar com o pagode, como quando se queixou das suas pensões.
Se o Presidente pretendia algo de diferente o melhor era pedir uma caixa de Ferrero Roccher.

os ricos são diferentes



Longevity and the pension age


LIVE longer, work longer. As the developed world struggles with the cost of its greying population, a standard response has been to increase the state retirement age. In a decade or two, retiring at 67 rather than 65 will be the norm.
But is such a change fair? Across the developed world, better-off people in the higher social classes tend to live longer than the poor. This gap has tended to widen, rather than shrink, in recent years. The result is that the poor get much less time to enjoy their benefits than the better-off.

O Economist considera que o sistema de pensões é injusto ao estabelecer a mesma idade de reforma para ricos e pobres porque a esperança de vida dos ricos é maior e portanto estes beneficiam de uma reforma maior durante mais tempo.


Pensamento de Grupo


William H. Whyte, Jr. coined the term in March 1952, in Fortune magazine:
Groupthink being a coinage — and, admittedly, a loaded one — a working definition is in order. We are not talking about mere instinctive conformity — it is, after all, a perennial failing of mankind. What we are talking about is a rationalized conformity — an open, articulate philosophy which holds that group values are not only expedient but right and good as well.

Sendo o "Pensamento de Grupo" um novo conceito (neologismo, no texto original) necessita de uma definição adequada. Não estamos a falar apenas de uma tendência para a conformidade — é, sem dúvida, uma fraqueza universal da espécie humana. Do que estamos a falar é de uma racionalização da conformidade — uma filosofia aberta e articulada que assegura que os valores do grupo são não só expedientes mas também correctos e bons.

Irving Janis led the initial research on the groupthink theory. In his first writing on groupthink in 1971, he defined the term as follows:
I use the term groupthink as a quick and easy way to refer to the mode of thinking that persons engage in when concurrence-seeking becomes so dominant in a cohesive ingroup that it tends to override realistic appraisal of alternative courses of action.

Eu uso a expressão Pensamento de Grupo como uma maneira rápida e fácil de me referir ao modo de pensar que as pessoas usam quando a procura de consensos num grupo se torna tão dominante que se sobrepõe à avaliação crítica de cursos de acção alternativos.

Citações da Wiki, tradução minha.
Em Portugal, devido aos fortes laços comunitários, o Pensamento de Grupo é talvez a nossa maior pecha cultural. O affair Artur Baptista Silva ilustra os perigos desta tendência.

o milagre da divisão


O cardeal Manuel Monteiro de Castro afirmou hoje que na Europa "haveria dinheiro para toda a gente" se o valor do euro baixasse.
"Se os europeus decidissem baixar o euro de 1,35 para 0,8 dólares [valor que tinha quando foi criada a moeda única], teríamos aqui dinheiro para toda a gente e sem problema nenhum", referiu.
DE

O cardeal Manuel Monteiro propõe uma desvalorização de 40% do Euro e promete "dinheiro para toda a gente". Será um milagre, mas ao contrário do milagre da multiplicação — dos pães e do peixe — este será o milagre da divisão. Será quase como dividir um Euro por dois.

25 dezembro 2012

uma mensagem de esperança

As afirmações do Bispo emérito de Setúbal, D. Manuel Martins, fazem-me lembrar, com todo o devido respeito, o affair Artur Baptista Silva. Por mais disparates que o clérigo diga, os órgãos de comunicação social estão sempre dispostos a dar-lhe toda a cobertura.
Hoje, no JN, D. Manuel Martins começa por afirmar que "o governo não está à altura do momento" — muito bem, até é capaz de ser verdade, mas não é coisa que fique bem ao prelado afirmar, devido à separação entre a Igreja e o Estado. Depois vem a calinada monumental: "dar uma mensagem de esperança é alienar as pessoas".
— Sr. Bispo, se a Igreja não der uma mensagem de esperança, permita-me que lhe pergunte, então para que serve?

a verdade?

‹‹Costumamos pensar que a masculinidade e a feminilidade são coisas biológicas, mas a verdade é que são coisas sociais, construídas pelas sociedades de muitas formas, principalmente através de normas, dizendo às pessoas têm de se comportar assim, não se podem comportar assado››Maria do Mar

Comentário: Os jornais dão eco a qualquer ponto de vista, sem questionar o seu fundamento.

o problema fulcral

O que é mais importante, o colectivo ou o indivíduo? Eis uma pergunta fulcral para definirmos a nossa filosofia de vida.
Se respondermos que é o colectivo, a tendência é para desvalorizarmos os direitos cívicos e para impormos normas que supostamente sirvam os interesses comuns. O principal obstáculo que surge, com esta perspectiva, é determinar quais são esses interesses comuns e qual é a melhor maneira de os servir. Deverá ser o Estado a fazer essa determinação? O Estado, é útil recordar, é representado por pessoas que sabem tanto do interesse comum como cada um de nós e que, por outro lado, também têm os seus interesses particulares.
Se respondermos que são os indivíduos, com os seus direitos inalienáveis, a tendência é para desvalorizarmos a acção colectiva que é essencial para desenvolver uma estratégia comum. Com cada um a remar para o seu lado, não vamos a lado nenhum.
O debate político está quase sempre polarizado em tornos destas duas visões distintas, a primazia do colectivo ou dos indivíduos. Nos extremos políticos estão os comunistas e os fascistas, que são colectivistas, e os libertários, que são individualistas.
A minha visão pessoal faz uma ponte entre estes dois extremos. Reconheço que o colectivo (a tribo, a nação, a espécie) é mais importante do que cada indivíduo particular*, mas entendo que o interesse comum, o Bem Comum, é melhor servido pela livre iniciativa do que pelas orientações de qualquer comité central, seja ele da extrema esquerda ou da extrema direita.
O Bem Comum, o sucesso do colectivo, para mim, é o resultado agregado da acção individual. Por isso defendo que o Estado deve ficar reduzido ao mínimo possível. A segurança interna e externa, as relações internacionais e a administração da justiça. Caberá ainda a um governo legítimo, a definição de uma estratégia nacional, a desenvolver pela iniciativa privada.
Todas as outras áreas em que o Estado está envolvido não me parece que sirvam os interesses do colectivo mas apenas os interesses particulares dos que dizem defender o interesse colectivo.

* Sob o ponto de vista biológico.

24 dezembro 2012

Bom Natal


23 dezembro 2012

assassínio em massa

Charles Krauthammer é um cronista e analista político reconhecido com o prémio Pulitzer. É médico e psiquiatra, mas actualmente dedica-se apenas à análise política nos EUA. Eis o que tem a dizer sobre os assassínios em massa:

Every mass shooting has three elements: the killer, the weapon and the cultural climate. As soon as the shooting stops, partisans immediately pick their preferred root cause with corresponding pet panacea. Names are hurled, scapegoats paraded, prejudices vented. The argument goes nowhere.
...

(2) The Killer
Monsters shall always be with us, but in earlier days they did not roam free. As a psychiatrist in Massachusetts in the 1970s, I committed people — often right out of the emergency room — as a danger to themselves or to others. I never did so lightly, but I labored under none of the crushing bureaucratic and legal constraints that make involuntary commitment infinitely more difficult today.
Why do you think we have so many homeless? Destitution? Poverty has declined since the 1950s. The majority of those sleeping on grates are mentally ill. In the name of civil liberties, we let them die with their rights on.
A tiny percentage of the mentally ill become mass killers. Just about everyone around Tucson shooter Jared Loughner sensed he was mentally ill and dangerous. But in effect, he had to kill before he could be put away — and (forcibly) treated.
Random mass killings were three times more common in the 2000s than in the 1980s, when gun laws were actually weaker. Yet a 2011 University of California at Berkeley study found that states with strong civil commitment laws have about a one-third lower homicide rate.

a justiça é cega?


Uma "justiça mais célere" é condição indispensável para conseguir aumentar o investimento estrangeiro em Portugal, conclui o PS. Que vai propor a criação de um tribunal só para processos relacionados com investimentos estrangeiros.

Comentário: Como é possível que alguém proponha uma justiça mais célere para os estrangeiros do que para os portugueses?

o presidente junta

O estatuto social é de extrema importância para os primatas. Os machos dominantes têm mais acesso às fêmeas, reproduzem-se mais e portanto têm mais sucesso genético. Nalgumas culturas desenvolveram-se mesmo regras específicas com esta finalidade. Nos Incas do Peru, os chefes tribais tinham direito a sete mulheres, os governadores de populações com mais de 100 habitantes tinham direito a oito, os de populações com mais de 1000 habitantes tinham direito a quinze e os reis tinham direito a pelo menos setecentas mulheres, a plebe ficava com as sobras.
Nas civilizações modernas a relação entre estatuto social e sucesso genético é mais subtil (Edward Wilson), mas sabe-se que um estatuto social elevado está associado a maior longevidade e à fornicação de mais fêmeas, embora não necessariamente a mais filhos. Pelo menos reconhecidos como tal, se me permitem ser advogado do diabo.
Post que eu escrevi em 10/4/2008

Sendo a natureza humana o que é, a Reorganização Administrativa do Território das Freguesias implica necessariamente uma reorganização familiar e sexual que realinhe a "potência sexual" dos caciques locais com a respectiva "potência autárquica" que lhes vier a sair em sorte.
Se um presidente de uma pequena Junta de Freguesia tinha, por hipótese, a mulher e uma amásia, com a extinção da sua freguesia vai ter de se dedicar mais à família e menos ao forrobodó. Pelo contrário, o presidente que vier a liderar uma futura agremiação de freguesias, pode aspirar também a "agremiar" mais algumas fêmeas e, para além da mulher e da amásia, vir a desfrutar de mais duas ou três "teúdas e manteúdas", de acordo com a dimensão do seu novo território.
A grande dificuldade da reorganização administrativa do território só podia dever-se a obstáculos de "monta", digo eu.
Mas atenção, este argumento é meramente "académico" e não pretende ferir a susceptibilidade de nenhuma florzinha de cheiro.

um Natal minhoto

Filhós de abóbora menina de Viana do Castelo — Bolinhos de Jerimu.

22 dezembro 2012

Mim Dragão, tu Zazie!

A admiração inabalável da nossa querida Zazie pelo Dragão tinha de ter raízes profundas. Sempre que o Dragão aparecia a esgrimir o seu florete, a Zazinha começava de imediato a cacarejar e a espoldrinhar-se — termo do léxico dragoscópico — numa espécie de dança nupcial que na blogosfera se traduz por links, comentários com ahahah e eheheh, e montes de "smiles", como se antecipasse a sensação de se sentir trespassada por farta lança varonil, enterrada até aos copos.
Este comportamento tinha por força de corresponder a uma identificação filosófica, que está agora à vista de todos:
... deixo-vos uma imagem que vale mais que um milhão... E que, não é preciso acrescentar, simboliza tudo o que eu penso do universo, da vida, da humanidade e do tempo efémero que aqui passamos...
"Mim Dragão, tu Zazie!..."
Quem tem tido a paciência de me acompanhar aqui no PC sabe que eu considero a eternização da espécie humana como o fim último da nossa existência e que, nesse sentido, invoco muitas vezes o imperativo bíblico ‹‹Crescei e Multiplicai-vos››. É possível que alguns leitores desatentos se tenham focado mais no "Multiplicai-vos" do que no "Crescei" e, se tiver sido esse o caso com o Dragão e a Zazie, rogo, desde já, a misericórdia de um perdão que não mereço, por não me ter sabido expressar melhor.

Vosso, Birgolino

o sentido que isto faz

De cada vez que a história parece atingir uma conclusão, eis que se levanta, eis que se move, e prossegue novamente, inexoravelmente, para outros estádios e outras situações. O fim faz-se esperar. Teremos de continuar a viver sem saber o sentido que isto faz.
Rui Ramos, hoje no Expresso

Isto, a que o Rui Ramos se refere, faz todo o sentido. Somos uma espécie animal, o Homo Sapiens, a lutar pela sua sobrevivência na Terra. A tentar eternizar-se neste Universo Multiverso. É um sentido completamente claro se tivermos a humildade de aceitar a nossa condição biológica, mas a humildade é uma virtude escassa entre os intelectuais.

contra a vontade dos pais

Uma criança de 7 anos é diagnosticada com um tumor cerebral altamente invasivo. É operada, mas o tumor recorre e os médicos sugerem quimioterapia e radiação ao cérebro. A combinação destes tratamentos pode aumentar a sobrevida da criança, mas tem efeitos colaterais indesejáveis e acarreta um grande sofrimento. A mãe recusa o tratamento, os médicos vão para tribunal e obtêm uma decisão judicial para prosseguirem. Que pensar?
Se a possibilidade de cura for pequena, deve a criança ser submetida a tratamentos violentos que apenas lhe prolongam um pouco a vida? Mesmo contra a vontade dos pais?
Ler notícia no Telegraph

fiscal cliff

A versão portuguesa do abismo fiscal:

A receita fiscal, que inclui impostos directos e indirectos, caiu 5,8% para os 28.875,40 milhões de euros, entre Janeiro e Novembro de 2012, após uma queda de 4,6% até Outubro.

IRS - 2,6%
IRC - 19%
IVA - 5,3%
IA - 43,4%
Selo - 9%

Há uma lição que todos os cirurgiões aprendem e que se aplica perfeitamente neste caso: "não se fustiga um cavalo cansado".

21 dezembro 2012

2 notícias 2

Crato vai passar 600 professores para os quadros

Governo prepara redução salarial da função pública

o que diria e faria

Esta semana comprei a revista Visão, atraído pelo título. Não vou ler, mas vou pedir à "patroa" que leia e que me resuma o conteúdo. Na minha opinião, se Jesus aparecesse em Portugal teria duas prioridades:
1) Correr com o vendilhões do Templo
2) Pregar o regresso às nossas raízes culturais

go with a bang

NYers who believe in Mayan apocalypse search for sex before the world ends.

 


Comentário: Quem quer f___r encontra sempre uma boa desculpa.

Bens Comuns ?

Enquanto eu considero que a tradição é essencial para o sucesso da espécie humana, reconheço que essa mesma tradição é o resultado de uma evolução cultural que procura responder ao meio ambiente onde nos desenvolvemos. A tradição varia portanto consoante a região do globo e não há apenas uma Tradição, há muitas.
Assim sendo, se limitássemos a definição de Bem Comum à tradição, teríamos de falar de Bens Comuns, o que não corresponde de todo ao conceito de Bem Universal — Comum — que procuramos.

recursos dedicados aos deficientes — OCDE

Como podem ver pelo gráfico anexo, a Dinamarca devota aos deficientes mais do dobro dos recursos, em percentagem do PIB, do que Portugal (como sugeri no post anterior).

não é o caminho

A eugenia não é o caminho para o sucesso da espécie, porque "Deus escreve direito por linhas tortas". O caminho é a tradição.
A tradição da comunidade, o que significa que temos de aceitar tradições diferentes em diferentes pontos do globo.
A questão dos incapazes e de um modo geral das pessoas improdutivas tem de ser resolvida pela tradição e a verdade é que não há culturas com a tradição de os excluirmos. Curiosamente, as culturas que o PA considera mais sectárias são as que mais recursos dedicam às pessoas com deficiências e as que mais esforços fazem para as incluir na sociedade.
Voltando à questão do Bem Comum, o respeito pela tradição há-de ter um objectivo, ou não?

20 dezembro 2012

uma trapalhada do camandro

TAP

Sindicatos 1 — Contribuintes 0

o BC segundo o joserui

O bem comum, tal como o Joaquim o quer definir não existe.

Cometário: Os seres humanos são todos "irmãos". Partilham a chamada "natureza humana" e, portanto, todos podem dar um contributo para continuarmos a andar por aí durante mais alguns milhões de anos. Esse objectivo, "eternizar a presença do Homo Sapiens na Terra, para mim, é o Bem Comum.

o BC segundo PA II

O Bem Comum é a Tradição.

PA

Comentário: Concordo inteiramente, acrescentando que se respeitarmos a Tradição teremos todas as condições para garantir a sobrevivência do Homo Sapiens. É para isso — o Bem — que serve a Tradição, não é para destruir a humanidade — o Mal.

o BC segundo PA


1905] II. O bem comum

..........[1905] Em conformidade com a natureza social do homem, o bem de cada um está necessariamente relacionado com o bem comum. E este não pode definir-se senão em referência à pessoa humana: « Não vivais isolados, fechados em vós mesmos, como se já estivésseis justificados; mas reuni-vos para procurar em conjunto o que é de interesse comum » (26)
..........[1906] Por bem comum deve entender-se « o conjunto das condições sociais que permitem, tanto aos grupos como a cada um dos seus membros, atingir a sua perfeição, do modo mais completo e adequado » (27)
..........[1907] Supõe, em primeiro lugar, o respeito da pessoa como tal. Em nome do bem comum, os poderes públicos são obrigados a respeitar os direitos fundamentais e inalienáveis da pessoa humana. A sociedade humana deve empenhar-se em permitir, a cada um dos seus membros, realizar a própria vocação. De modo particular, o bem comum reside nas condições do exercício das liberdades naturais, indispensáveis à realização da vocação humana: « Por exemplo, o direito de agir segundo a recta norma da sua consciência, o direito à salvaguarda da vida privada e à justa liberdade, mesmo em matéria religiosa » (28)
..........[1908] Em segundo lugar, o bem comum exige o bem-estar social e o desenvolvimento da própria sociedade. O desenvolvimento é o resumo de todos os deveres sociais. Sem dúvida, à autoridade compete arbitrar, em nome do bem comum, entre os diversos interesses particulares; mas deve tornar acessível a cada qual aquilo de que precisa para levar uma vida verdadeiramente humana: alimento, vestuário, saúde, trabalho, educação e cultura, informação conveniente, direito de constituir família (29)
..........[1909] Finalmente, o bem comum implica a paz, quer dizer, a permanência e segurança duma ordem justa. Supõe, portanto, que a autoridade assegure, por meios honestos, a segurança da sociedade e dos seus membros. O bem comum está na base do direito à legítima defesa, pessoal e colectiva.
..........[1910] Se cada comunidade humana possui um bem comum que lhe permite reconhecer-se como tal, é na comunidade política que se encontra a sua realização mais completa. Compete ao Estado defender e promover o bem comum da sociedade civil, dos cidadãos e dos corpos intermédios.
..........[1911] As dependências humanas intensificam-se. Estendem-se, pouco a pouco, a toda a terra. A unidade da família humana, reunindo seres de igual dignidade natural, implica um bem comum universal. E este requer uma organização da comunidade das nações, capaz de « prover às diversas necessidades dos homens, tanto no domínio da vida social (alimentação, saúde, educação...), como para fazer face a múltiplas circunstâncias particulares que podem surgir aqui e ali (por exemplo: [...] acudir às misérias dos refugiados, dar assistência aos migrantes e suas famílias...) » (30)
..........[1912] O bem comum está sempre orientado para o progresso das pessoas: « A ordem das coisas deve estar subordinada à ordem das pessoas, e não o inverso » (31)

PA, citando o Catecismo

Comentário: Parece-me que se todos respeitássemos estas normas teríamos condições ideais para: ‹‹ Crescermos e Multiplicarmo-nos›› e portanto o resultado seria o sucesso biológico da espécie. Este último, mais quantificável e verificável.

o BC segundo a Marina

O único Bem Comum que existe , e é partilhado por todas as interdependentes espécies , é o planeta Terra. Pena que também se aplique a teoria da "tragédia dos comuns " :)

Comentário: Sim, a Terra é um "Bem Comum", mas não me parece que possa constituir o Bem. Se a nossa espécie se extinguisse a Terra poderia continuar a existir e não constituiria um Bem porque não existiria nenhuma consciência pensante para o determinar. :-(

o BC segundo Ricciardi


Fazer o Bem é apenas fazer aquilo que produz felicidade a nós e em respeito de quem nos rodeia. Fazer o Mal é fazer o contrario. 
O mesmo quer dizer que fazer o Bem é sermos virtuosos com os outros e connosco. É portanto uma questão de intenção. Se a nossa intenção for boa o acto é de Bem.

Comentário: Não concordo que fazer apenas aquilo que produz felicidade, mesmo que no respeito de quem nos rodeia, sirva sempre o Bem Comum, ou seja o Bem Comum. Por vezes o Bem Comum exige sacrifícios, até o sacrifício da vida.
Quanto à boas intenções, estamos conversados. Como diz o povo: de boas intenções está o inferno cheio.

o Bem Comum III

Aqui no Portugal Contemporâneo, entre autores e comentadores, devemos somar vários Terabytes de QI, pelo que, aproveitando tal manancial de computação, lanço o desafio:
— Quem é que se propõe definir o que é o Bem Comum?
É importante definir o Bem Comum? Absolutamente!
Um dia, um jovem caminhante aproximando-se se de um cruzamento reconheceu Confúcio e de imediato lhe perguntou: ‹‹mestre, que estrada devo agora seguir?››. Confúcio olhou para o jovem e retorquiu: ‹‹para onde vais?››. O jovem respondeu-lhe que não sabia. Confúcio disse-lhe então: ‹‹ se não não sabes para onde queres ir, qualquer caminho serve››.
Se não soubermos o que é o Bem Comum, andamos à deriva.

o Bem Comum II

Como é que podemos definir o sucesso de uma espécie animal? Haverá muitos critérios objectivos, mas o mais simples é pelo número de indivíduos vivos.
Ora nesse aspecto o Homo Sapiens está bem, somo 7.000 milhões à face da Terra. Isto significa que a maior parte dos seres humanos foram Bons e que o Bem, até agora, venceu o Mal.
Ao objectivarmos a definição de Bem Comum introduzimos a possibilidade de falsificarmos a própria definição. Eu pergunto, haverá algum Bem que resulte da eliminação de milhões de seres humanos? Não, pela minha definição, esse seria sempre um Mal.
A guerra, por exemplo é sempre um Mal, apesar de podermos argumentar que, eventualmente, pode ser um Mal necessário.

o Bem Comum

Mas o sucesso biológico é o bem comum porquê, Joaquim? — Comentário do muja, aqui.


Quem sou eu? A mais velha pergunta que nos podemos colocar. Eu sou um ser pensante. E como ser pensante olho à volta e constato que não estou sozinho na Terra, há milhares de outros indivíduos que, na aparência, pouco diferem de mim. Também são seres conscientes que pensam e se colocam as mesmas interrogações do que eu.
No conjunto constituímos uma espécie: o Homo Sapiens, de resto como milhares de outros animais. Estudando as outras espécies verificamos que temos muito em comum, especialmente com os outros primatas, mas também com os mamíferos em geral. Nascemos, crescemos, reproduzimo-nos e morremos.
Independentemente do “sopro divino que nos anima”, partilhamos com todos os outros seres vivos os mesmos objectivos básicos — ‹‹Crescermos e multiplicarmo-nos›› (Génesis).
A razão humana é uma ferramenta extraordinária, mas as ferramentas não são um fim em si, mas apenas um meio. Um meio para quê?
Olhando para as outras espécies, para o comportamento dos seus membros e extrapolando para nós, concluo que só pode ser um meio para garantirmos o sucesso do Homo Sapiens no Universo. É para isso que estamos equipados (hardwired). É isso que procuram fazer todos os outros animais, com mais ou menos êxito. Precisamos de ser humildes para aceitarmos esse desígnio.
E se o aceitarmos torna-se muito fácil concluir que o Bem Comum é tudo o serve a eternização da espécie.
Penso que fui o primeiro a propor esta definição do Bem Comum, um conceito difícil de objectivar. A crítica de que se trata de uma definição simplória ou redutora pode ter algum efeito retórico, mas não passa daí enquanto os críticos não propuserem as suas própria definições, se possível evitando a tautologia (ex.: o Bem Comum é Deus, ou é tudo o que é Bom).
Definido o Bem Comum, podemos então começar a desbravar a Ética.

19 dezembro 2012

o Bem e o Mal II


O nosso belo planeta azul, a Terra, existe há cerca de 4,5 biliões de anos e a espécie humana há cerca de 150.000 anos. Até ao momento em que desenvolvemos uma consciência pensante, não podemos perscrutar qualquer Bem ou Mal no Universo. O mundo apenas existia e evoluiu até ser o que é hoje, com 7.000 milhões de pessoas espalhadas pelo globo.
Nem no aparecimento da espécie humana se pode fundamentar o Bem, porque milhares de outras espécies apareceram e desapareceram ao longo dos tempos. Antes de nós, outros hominídeos andaram por aí, como os Neanthertais, até se extinguirem. E o mesmo nos pode vir a acontecer, por efeito de forças que estão para lá do nosso controle. Se o Homo Sapiens vier a desparecer será Bom ou Mau? Sem resposta, não haverá ninguém para o julgar, nos termos que o fazemos hoje.
Os conceitos de Bem e de Mal nascem portanto com a consciência humana e nela residem.
Se aceitarmos que somos uma espécie animal que surgiu por evolução, é muito fácil definir o Bem e o Mal. Bem é tudo o que contribui para o sucesso biológico da espécie e Mau é o seu contrário, sempre dentro de uma perspectiva humana.
Todos os indivíduos que dão um contributo positivo para a comunidade são Bons e os que prejudicam ou comprometem a comunidade são Maus.
Infelizmente, é muito difícil saber com certeza absoluta e a cada momento tudo o que é, ou tem potencial para ser, Bom ou Mau e esta dificuldade pode parecer que suporta um certo relativismo.
Um medicamento novo, como a Talidomida parece Bom, até sabermos que está associado a alterações congénitas — focomélia. Quando adquirimos esse conhecimento a Talidomida passa a ser um Mal. Claro que a aparência de relativismo é fruto da ignorância do momento.
Nos 7.000 milhões de seres humanos que vivem actualmente há pessoas muito diferentes. Génios e atrasados mentais, saudáveis e doentes, altos e baixos. E também sob o ponto de vista mental há pessoas com propensão para o Mal e pessoas com propensão para o Bem.
Os que têm propensão para o Mal dificilmente se regeneram e constituem um desafio para os restantes. A educação tem muita importância, mas não é ao tabefe que se resolve o problema de uma personalidade antissocial como a do Anders Breivik.
Se nos focarmos no sucesso biológico da espécie humana, que é o grande Bem Comum, conseguiremos a cada momento ter uma percepção mais clara do Bem e do Mal e conviver com um certo relativismo inerente à vida. O mundo não é perfeito.

Barata tonta

O Público de hoje publica um artigo da Clara Barata com o título ‹‹Se houvesse harmonização fiscal na União Europeia, a Bélgica não salvaria Obélix››.
O artigo é sobre a saída do Gérard Depardieu da França para a Bélgica, para escapar ao esbulho fiscal gaulês.
É caso, porém, para questionar a lógica do título escolhido pela jornalista do Público. Poderia igualmente ser: ‹‹Se houvesse harmonização fiscal na União Europeia, a França não cangaria Obélix››. Só que este título não serviria a agenda política da Clara, ou do Director do Público ou seja lá de quem for. Para servir esta agenda a Clara não se importa de fazer de Barata tonta :-)

produtividades

Défice do Serviço Nacional de Saúde agrava-se

Ministro da Saúde tem uma produtividade baixa

socialismo

Há um frase que vem da antiga URSS que eu repito com frequência: ‹‹ eles fazem de conta que nos pagam e nós fazemos de conta que trabalhamos››. Os russos não estavam dispostos a trabalhar pelos ordenados de miséria que o Estado lhes pagava.
Penso que o mesmo se pode aplicar à saúde, em Portugal. Um sector sovietizado, porque dominado por um monopólio do Estado.
O Sr. Ministro da Saúde afirma que há cirurgiões que "fazem de conta que trabalham" (ver aqui), mas a verdade é que o Estado também faz de conta que lhes paga.

rácios

Ministro da Saúde diz que há cirurgiões que trabalham muito pouco

Em Portugal há o triplo do número de cirurgiões/ capita do que nos EUA. Uma consequência óbvia deste facto é que cada um faz 1/3 das operações dos seus colegas norte-americanos.

18 dezembro 2012

citações

‹‹No Hospital de São João, 30 cirurgiões nunca foram ao bloco operatório›› — António Ferreira, Presidente do CADM do HSJ.

‹‹Eu anseio pelo dia em que seja contratado um cirurgião sem mãos, porque seria o reconhecimento de que a parte operatória é a menos importante da cirurgia›› — Harvey Cushing, Professor de Medicina na Universidade de Harvard, neurocirurgião do Massachusetts General Hospital e do Johns Hopkins Hospital (1869 – 1939), um génio a quem a humanidade tanto deve.

o Bem e o Mal


O Bem e o Mal não existem em si e portanto não se podem revelar em ninguém. São as pessoas que podem ser Boas ou Más e, as mais das vezes, uma combinação destas duas naturezas.
Uma pessoa que fosse sempre Má não teria oportunidade de atingir os seus objectivos porque a comunidade isolá-la ia rapidamente. Do mesmo modo, uma pessoa que fosse sempre Boa seria aproveitada por terceiros e tomada por néscia ou pateta.
A ideologia conservadora reconhece que os seres humanos são capazes do melhor e do pior, e desenvolve a sua visão do mundo em torno desta premissa. Penso que o mesmo poderia ser dito do catolicismo que nos atribuí características divinas, mas também pulsões diabólicas. A paixão pelo sangue e pelo saque do património alheio, a concupiscência, a cobiça e a mentira, são tão humanas como a temperança e a caridade.
A Igreja concentra grande parte dos seus esforços a incentivar os Bons comportamentos e a condenar os Maus, mas não se precipita a excomungar os que praticaram Más ações porque sabe que “todos somos pecadores”, a Igreja perdoa e procura recuperar os que se afastaram do Bem.
Há pessoas, porém, que praticam o Mal  sem consciência das consequências das suas ações e um dos motivos desse comportamento são as doenças mentais.
Há uma tendência para medicalizar o Mal nas nossas sociedades? Com certeza, mas essa tendência é fruto da ignorância.
Nem sempre se consegue distinguir um doente mental de uma pessoa saudável que pratica o Mal - ou o Bem, mas tal é possível em muitos casos. A esquizofrenia, a psicose maníaco-depressiva e certas alterações da personalidade são tão diagnosticáveis como a varicela ou o sarampo.
Mesmo assim sobram muitos casos em que só à posteriori é possível estabelecer diagnósticos objectivos, mas a vida é assim. O mundo não é perfeito.

o ruivo louco II


o ruivo louco

‹‹A minha juventude foi triste, fria e estéril››.

17 dezembro 2012

leitura indispensável

Eu sou a mãe do Adam Lanza

as armas não matam, as pessoas matam II

A series of uncoordinated mass stabbings, hammer attacks, and cleaver attacks in the People's Republic of China began in March 2010. The spate of attacks left at least 21 dead and some 90 injured.
Uma série de ataques, na República Popular da China, com facas, martelos e cutelos, provocou 21 mortos e cerca de 90 feridos.

Comentários: Proíbam a venda de facas e de martelos!

as armas não matam, as pessoas matam


6. Lower murder rates in foreign countries prove that gun control works.

False. This is one of the favorite arguments of gun control proponents, and yet the facts show that there is simply no correlation between gun control laws and murder or suicide rates across a wide spectrum of nations and cultures. In Israel and Switzerland, for example, a license to possess guns is available on demand to every law-abiding adult, and guns are easily obtainable in both nations. Both countries also allow widespread carrying of concealed firearms, and yet, admits Dr. Arthur Kellerman, one of the foremost medical advocates of gun control, Switzerland and Israel “have rates of homicide that are low despite rates of home firearm ownership that are at least as high as those in the United States.” A comparison of crime rates within Europe reveals no correlation between access to guns and crime.
The basic premise of the gun control movement, that easy access to guns causes higher crime, is contradicted by the facts, by history and by reason. Let’s hope more people are catching on.
Cato

Como podem ver por este estudo do Cato Institute, não há qualquer correlação entre a livre venda de armas e a incidência de crimes com armas de fogo. Penso, contudo, que este tipo de argumentação intelectual é incompreensível em Portugal.

o fim do mundo


Friends and family portrayed Adam Lanza’s mother Nancy as a paranoid ‘survivalist’ who believed the world was on the verge of violent, economic collapse.
She is reported to have been struggling to hold herself together and had been stockpiling food, water and guns in the large home she shared with her 20-year-old son in Connecticut.
Mrs Lanza, 52, was a ‘prepper’ – so called because they are preparing for a breakdown in civilised society – who apparently became obsessed with guns and taught Adam and his older brother, Ryan, how to shoot, even taking them to local ranges.
MailOnline

Comentário: A mãe do Adam Lanza preparava-se para o fim do mundo. Armazenava água, alimentos e armas em casa, à espera de um colapso económico que nos devolvesse à barbárie.
Para acabarmos com "estes episódios", não me parece que resulte proibir a venda de armas. Devemos é proibir a venda de televisões.

mais um trabalhinho do Público

As consultoras brasileiras e portuguesas ligadas ao antigo chefe da Casa Civil do ex-Presidente da República Lula da Silva, José Dirceu, condenado a mais de 10 anos de prisão pelos crimes de formação de quadrilha e corrupção activa no caso Mensalão, promoveram a candidatura de Gérman Efromovich à privatização da TAP, a única proposta de compra da companhia aérea nacional que chegou a ser avaliada pelo Governo de Passos Coelho.

Comentário: Só apareceu um candidato para comprar a TAP e portanto não pode haver qualquer favorecimento. O Público devia analisar a qualidade da proposta e não misturar alhos com bugalhos.

16 dezembro 2012

A Arte da Guerra

A guerra é um Mal necessário que deve ser evitado a todo o custo.
A arte da guerra tem uma importância vital para o Estado. É um assunto de vida ou de morte, uma via para a segurança ou para a ruína.
Sun Tzu, A Arte da Guerra 200 BC

Notícia do Público — referente a episódio ocorrido a 27 de Abril de 1961
Exército português participou em Angola numa “acção punitiva” em que “terroristas” foram decapitados. Havia testemunhos pessoais destas práticas, mas este é o primeiro documento escrito.

Um inimigo tribal
O massacre de 15 de Março de 1961 dá a machadada final nos bons costumes coloniais portugueses. Oitocentos mortos, brancos selvaticamente esquartejados, serrados e incendiados, mulheres e crianças violadas, bens destruídos e a implosão definitiva da paz podre com 500 anos exigiam a resposta que Salazar não queria dar perante a pressão da ONU, dos EUA e de novas nações livres.

Comentário: De início não consegui perceber a finalidade desta notícia do Público, cujo conteúdo desmente o próprio título. Não estamos a falar da decapitação de "terroristas", mas sim da mutilação de cadáveres destinada a incutir terror num inimigo tribal. Mas à medida que fui lendo percebi que a notícia se destinava apenas a publicitar um livro que acaba de ser lançado pela Edições 70.
Acho que não fica bem ao Público denegrir o exército português para efeitos publicitários.

a visão trágica da natureza humana

Sowell’s tragic (or constrained) vision of man and society is based on the acceptance of the realities of the human condition – we are all limited by independent realities which we ignore to our own detriment. According to Sowell’s vision:
1) Human nature is essentially unchanging and unchangeable – there have been no great changes in the fundamental intellectual and moral capacities of human beings
2) Human capabilities are severely and inherently bounded for all – man is sharply restricted in his capacity for improvement and has only a very limited ability to affect his surroundings
3) Life is inherently harsh and difficult – suffering and evil are inherent in the innate deficiencies of human beings
4) Man is basically self-centered; however, things can be improved within that constraint by primarily relying on incentives (rewards and punishments) rather than on dispositions
5) Resources are always inadequate to fulfill all of the desires of all of the people
6) Social outcomes are a function of incentives presented to individuals and the conditions under which they interact in response to those incentives
7) Given the moral limitations of man and his egocentricity, the fundamental moral challenge is to make the best of the possibilities within the constraints of man’s nature
8) There are no solutions, only trade-offs that leave many desires unfulfilled and much unhappiness in the world
9) It is imperative to have the right processes for making trade-offs and correcting inevitable errors
10) It is better to cope incrementally with tragic dilemmas than to proceed categorically with moral imperatives – for amelioration of evils and for progress it is generally preferable to rely on systemic characteristics of social processes (such as moral traditions, the marketplace, the law, or families) rather than solutions proposed by government officials.

Edward Younkins

15 dezembro 2012

renegociar a dívida


"Se Portugal não o fizer já, terá de o fazer daqui a seis meses, de joelhos", afirma Artur Baptista da Silva, o economista português que coordena uma equipa do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), encarregada pelo secretário-geral Ban Ki-moon de apresentar um relatório da situação crítica na Europa do Sul.
Em entrevista na edição de hoje do Expresso, Baptista da Silva refere a preocupação das Nações Unidas com a evolução da crise das dívidas soberanas na "periferia" da zona euro, as receitas de ajustamento que têm sido colocadas em prática e os riscos geopolíticos que esta situação acarreta.

os limites do racionalismo

A polícia está à procura das causas que terão levado o Adam Lanza a assassinar os pais e mais 26 pessoas de uma escola do Connecticut.

é a comunidade, estúpido

Depois de assassinar a mãe, Adam Lanza, um rapaz de 20 anos, dirigiu-se a uma escola básica de Connecticut e assassinou mais 26 pessoas, entre as quais 20 crianças. Por fim, segundo as notícias disponíveis, suicidou-se.
O irmão mais velho, Ryan Lanza, que não via o Adam desde 2010 (que família!) declarou às autoridades que o irmão era autista (esquizofrénico) e que sofria de perturbações da personalidade.
Esta tragédia deve-nos fazer pensar sobre a melhor maneira de lidar com as pessoas que sofrem de doenças mentais. Numa sociedade que valorize a família e a comunidade os doentes mentais podem viver mais integrados porque estão sob uma vigilância constante. Numa sociedade desestruturada, sob o ponto de vista familiar e comunitário, os doentes mentais poderão ter de ser internados, a não ser que todos estejam dispostos a sofrer este tipo de consequências.
A solução, que o presidente Obama ontem reclamava, está na comunidade. Não está no controle da venda de armas.

pífio


O Presidente da República vai promulgar o Orçamento do Estado (OE) para 2013 mas deverá enviá-lo para o Tribunal Constitucional (TC) para fiscalizações sucessivas, avança o semanário Expresso este sábado.
Esta hipótese foi confirmada àquele jornal por fonte da Casa Civil da Presidência da República. Com esta decisão, o OE pode entrar em vigor já a partir de Janeiro. Se decidisse enviar o documento para fiscalização preventiva – algo que nenhum Presidente fez –, a decisão dos juízes ficaria remetida para meados do ano e o OE não entraria imediatamente em vigor.
Público

Comentário: Com esta decisão Cavaco partilha o poder do Presidente com os juízes. Mostra falta de convicção e de determinação, elementos fundamentais para a economia.

14 dezembro 2012

irónico

... it is more than slightly ironic that Democrats, the fiercely pro-choice party, reserve free choice for aborting a fetus while denying it for such matters as choosing your child’s school or joining a union. Charles Krauthammer

... é irónico que os socialistas respeitem a liberdade de escolha quando se trata de abortar um feto mas que não a considerem quando se trata de escolher uma escola ou um médico (tradução adaptada à nossa realidade).

impossível

Globalization has made splendid isolation impossible — Charles Krauthammer

A globalização impossibilita o "orgulhosamente sós".

fónix


Greeks earning 42,000 Euros to be taxed at top rate under plan

Comentário: Gregos aumentam impostos numa economia em colapso.

13 dezembro 2012

UE impõe remuneração máxima na banca

Prémios na banca não poderão duplicar salário anual

Comentário: Só na URSS

as troikadas

O chefe de missão do FMI esclareceu que "não há nada de errado em ter um grande Estado Social em Portugal".

"O nível de despesa e de carga fiscal é-nos um pouco indiferente"

Comentário: Estas afirmações vão ficar conhecidas como "as troikadas". Se assim é, porque não contratar os 800.000 desempregados para o sector público e aumentar os impostos aí para uns 90% do rendimento pessoal?
Quanto mais a troika fala mais se percebe que a troika não sabe do que está a falar.
Obviamente, o FMI tem pouca, ou nenhuma, experiência em intervir em países desenvolvidos e portanto é natural que os seus líderes tenham uma mentalidade forjada no terceiro mundo. Portugal tem uma economia aberta à iniciativa privada e depende da iniciativa privada para criar riqueza. Uma elevada carga fiscal mata o sector privado e, portanto, impede o crescimento económico.
Se o chefe da missão do FMI produzisse este tipo de declarações em qualquer universidade dos EUA penso que seria imediatamente ridicularizado ou, para evitar acusações de racismo, ignorado.

recomendações

Livro analisado nesta entrevista do ionline.

Os peritos recomendam descentralizar. O que faz o Ministério da Saúde? Centraliza.

12 dezembro 2012

quase animal

Cercibeja - Cooperativa de Educação e Reabilitação de Cidadãos Inadaptados de Beja
Tem nome de feira agrícola mas não é. São "técnicos" que estudam a fronteira entre a animalidade e a humanidade, nos montes do concelho de Serpa.

Quase comentário: Um jornal quase estelar, com um director quase Nobel, relata o caso de uma rapariga que foi encontrada num estado quase animal e que vai ser avaliada por técnicos quase médicos. Só falta acrescentar que tudo se passa num quase país. Ahahahah

ABC

Plano B do Governo vai concentrar-se na redução da massa salarial

O plano de contingência que o Governo se comprometeu a preparar irá concentrar-se numa redução da massa salarial dos trabalhadores do Estado e em melhorias de eficiência na Administração Pública, noticiou ontem a Bloomberg, citando o relatório da sexta avaliação do programa de ajustamento português, realizada pela Comissão Europeia.
JN

Comentário: Afinal o Plano B é igual ao Plano A, cortar nos salários dos funcionários públicos sem reformar  refundar o Estado.

em diferido

Mário Soares afirmou na noite desta terça-feira que nunca houve em Portugal um Governo tão odiado e humilhado como o de Passos Coelho. “Nem no tempo de Salazar”, afirmou o antigo-presidente da República. E nem no tempo de Salazar viu tanta fome no país, acrescentou.
No Público

Comentário: É curioso que seja um dos grandes opositores do Estado Novo a sublinhar o carácter brando do Salazarismo.

11 dezembro 2012

em directo

— Este governo é mais odiado do que o do Salazar.
— Há mais miséria actualmente do que no tempo do Salazar.

Mário Soares, na TVI

softcore

O juiz-conselheiro do Tribunal Constitucional Guilherme da Fonseca afirmou ontem que a actuação policial no dia da greve geral e a recolha/visionamento de imagens não editadas  nas instalações da RTP “são ilegais” e que “só podem explicar-se com um interesse ilegítimo” das autoridades.

Comentário: Qual será o interesse ilegítimo de que fala o juiz-conselheiro do TC? Não é necessário responder porque o interesse está à vista.

Deus Caritas Est

Hoje em dia as pessoas têm medo da palavra “caridade”, têm medo de palavras, atribuem conotações e pesos à palavra “caridade”. Na acepção de São Paulo, caridade é amor, é espírito de serviço, é o outro precisar de nós sem que nós precisemos do outro e portanto levamos o que ele precisa e não o que nós queremos levar. A solidariedade é algo mais frio que incumbe ao Estado e que não tem que ver com amor, mas sim com direito adquiridos. Infelizmente empobrecemos a nossa língua atribuindo algumas conotações a algumas palavras e portanto temos medo de as usar.
Isabel Jonet, hoje no Ionline

Comentário: Eu acrescentaria mais, ‹‹uma sociedade sem caridade é uma sociedade sem amor››.
Destaque: Só bimbos é que vão nessa do amor ao próximo — Pedro Sá, aqui.

a Nobel troika


novo endereço

Mudei-me para a Suíça,
Santiago 

10 dezembro 2012

afinal o que é a corrupção?

Corrupção — Infopédia
Nome feminino
1. ato ou efeito de corromper ou corromper-se
2. estado do que se vai corrompendo; decomposição; putrefação
3. ato de corromper moralmente; perversão
4. adulteração
5. estado do que é corrompido
6. uso de meios ilícitos para obter algo de alguém; suborno
(Do latim corruptiōne-, «idem»)
———
O que nos trouxe a esta crise foi um discurso absolutamente legal e na verdade consensual sobre um estado que tudo podia e devia. A não ser que se entenda por corrupção prometer-se aos eleitorados o que não é sustentável não vejo como terá sido a corrupção a trazer-nos até à austeridade.
Helena Matos, no Blasfémias

O aumento de 2,9% aos funcionários públicos pelo governo de José Sócrates no ano eleitoral de 2009 custou 420 milhões de euros, segundo indicou na altura o Ministério das Finanças. Nesse ano, o défice atingiu 9,3% do PIB.

Uma pergunta para a Helena Matos: isto não é corrupção?

recircular

Com o sucessivo aumento da carga fiscal nos últimos dois anos, a sua participação no bolo fiscal também tem aumentado e mais de 60% da receita relativa ao imposto sobre o rendimento das pessoas singulares vem dos bolsos das famílias com rendimentos médios.
Ionline

"Bolo fiscal" que depois é utilizado para dar serviços de saúde, educação e segurança social, às famílias.
Ou seja, o Estado Social serve para recircular o rendimento dos portugueses, alimentando uma cáfila de sanguessugas no processo.

universal, geral e gratuito

Todos queremos que os nossos sistemas de saúde se mantenham, mas sabemos que, sobretudo em tempo de crise, não é possível termos tudo para todos.
Entrevista do ionline a Daniel Sulmasy

09 dezembro 2012

a Verdade

E se não se puder dizer a Verdade?

salvar a Verdade

O Tempo salva a Verdade da Falsidade e da Inveja.
François Lemoyne, 1737

não se pode dizer a verdade


Supposedly from opposite sides of the political divide, the US president and the British Chancellor come to a surprisingly similar conclusion: it is not feasible to speak the truth, let alone act on it. The truth being, as this column has often said, that present levels of public spending and government intervention in the US, Britain and Europe are unsustainable. The proportion of GDP which is now being spent by the governments of what used to be called the “free world” vastly exceeds what it is possible to raise through taxation without destroying any possibility of creating wealth, and therefore requires either an intolerable degree of national debt or the endless printing of progressively more meaningless money – or both.
How on earth did we get here?
Telegraph

08 dezembro 2012

o futuro da promiscuidade

O Andrew Sullivan, um autor a quem em tempos pus a alcunha de "mulher do soalheiro", defende agora, neste artigo, um estilo de vida a que chama "promiscuidade digna". Interessante este modo de usar as palavras, como se a promiscuidade sexual algum dia pudesse vir a ter dignidade.
Em português há uma expressão quase equivalente a esta da promiscuidade digna que é "puta séria", mas que é utilizada apenas em sentido jocoso e nunca com as pretensões sociológicas que o Sullivan atribui à promiscuidade digna. Mas vamos lá ao conteúdo do artigo referido:

‹A promiscuidade será para sempre um apanágio dos gays? Penso que não. Mas também penso que a sociedade se irá tornar cada vez mais tolerante do que poderíamos chamar promiscuidade digna: casamentos e relações abertas, em que as externalidades negativas da promiscuidade são tratadas na sua origem, com respeito pelo sexo seguro, mesmo no âmbito de uma ética que permita uma vida sexual mais interessante. Eu diria que os heterossexuais se vão tornar mais promíscuos e que os gays se vão tornar menos promíscuos, e que vai surgir um meio-termo.››

Enfim, o comportamento dos heterossexuais evoluiu ao longo de centenas de milhares de anos e não é influenciável pelo estilo de vida gay. No mundo heterossexual a infidelidade não se chama "externalidade negativa da promiscuidade" e não é tolerada porque os relacionamentos heterossexuais têm consequências e é isso que os torna sagrados.

PS: O link do 31 da Armada para o blogue do Andrew Sullivan está desactualizado.



TAP vale 20 M€

O Airbus mais barato do mercado é o A 318 que custa, em números redondos, 67,7 mio USD — ver aqui.
A proposta do Sr. Efromovich para a compra da TAP é de cerca de 1/3 de um A 318. Isto demonstra o desastre que tem sido a gestão desta empresa.

07 dezembro 2012

saúde e revolução digital





A Europa está perante um dilema: os custos com os serviços de saúde aumentam paralelamente à redução da despesa no sector público.
Artigo da Comissária Neelie Kroes, no DE

06 dezembro 2012

Oscar Niemeyer não era ateu, era Marxista


...
O instinto religioso é uma tendência natural para o divino, para a eternidade e para a verdade. É um instinto gregário que une os indivíduos em sociedade (religião etimologicamente significa unir) e que, na minha opinião, está também relacionado com o altruísmo. Os estímulos que desencadeiam emoções religiosas são bem conhecidos. A música, a arte sacra, certos elementos de arquitectura e até fenómenos naturais como o simples nascer do sol. A paixão sexual não deixa também de envolver elementos de natureza religiosa e justificadamente porque a nossa descendência é o passaporte para a eternidade. O estudo da génese e do papel dos instintos obriga-nos a pensar que a prevalência do instinto religioso tem de estar associada a vantagens para a nossa espécie.
O meu enfado com o laicismo (enquanto doutrina filosófica) é por este levar a fenómenos de recalcamento e até de transferência que induzem perversões e comportamentos anómalos. Procurarei dar alguns exemplos desse tipo de comportamentos noutros posts. São perversões que afectam opções politicas, cívicas e até pessoais e que por conterem elementos de fé não são passíveis de conversão. O Marxismo, com a sua promessa de um paraíso na terra, talvez seja o exemplo mais flagrante.
Seria desejável uma educação religiosa nas escolas para ajudar os infantes a lidar com as suas pulsões religiosas, a exemplo do que se passa com a educação sexual. Desconfio, porém, que os maiores defensores da educação sexual nas escolas seriam os primeiros a oporem-se ferozmente a qualquer educação religiosa. O laicismo tem destas coisas!
Joaquim, 2008

Com um abraço para o rui a., que não se apercebeu que o Niemeyer era um crente.

pimenta no c_ dos outros é refresco

... Israel manipula politicamente a História do Holocausto (...) na sua envenenada relação com os árabes, e mesmo na retórica que usa perante a comunidade internacional...
... Israel contribui para a banalização do holocausto.
Manuel Loff, no Público de hoje

Comentário: Que diferença fará a um judeu morrer num forno crematório ou atingido por um rocket lançado a partir de Gaza?

um pacto suicida

‹‹Uma Constituição não é um pacto suicida›› — Robert H. Jackson, citado no WSJ por Daniel Henninger.

frenologia


Um estudo realizado pela Universidade de Western, na Austrália, demonstrou que, através do estudo do rosto, é possível verificar se um homem será infiel ou não, noticia o jornal The Daily Mail.
A pesquisa, que contou com a participação de 200 voluntários, revelou como é que as mulheres conseguem perceber a fidelidade dos homens. Como? O maxilar angular, o queixo quadrado e sobrancelha proeminente são características típicas de homens propensos a trair.
Ionline

Comentário: Todas as características físicas referidas resultam de elevados níveis de testosterona e, portanto, é natural que os homens que sofrem deste problema se vejam obrigados a procurar soluções que restabeleçam uma certa homeostase. Como é que se pode lutar contra as forças da natureza?

oscar niemeyer

Comunista e ateu confesso, Oscar Niemeyer realizou a maior e mais sublime evocação de Deus que conheço: a Catedral Metropolitana de São Sebastião do Rio de Janeiro Catedral Metropolitana de Brasília.

http://www.baixaki.com.br/imagens/wpapers/BXK11447_catedral800.jpg

Niemeyer faleceu ontem, aos 104 anos de idade. Esperemos que tenha, agora, constatado que a razão pela qual sempre orientou a sua vida o enganou, e que era afinal o seu coração que estava certo.

A Catedral Metropolitana do Rio de Janeiro, que ontem referi, por erro, ser de Niemeyer, é, de facto do Arq. Edgar Oliveira da Fonseca.



05 dezembro 2012

bom-dia ou boa-tarde?


Ontem, enquanto aguardava pelo elevador do meu consultório, vi aproximar-se uma senhora dos seus sessenta anos, elegantemente vestida, numa pose quase aristocrática.
Bom dia — disse-lhe, com um leve aceno de cabeça.
Bom dia não, boa tarde, já é meio-dia e cinco — respondeu-me.
Engraçado, pensei ‹‹a cultura portuguesa tem coisas extraordinárias››.
A senhora desculpe-me por esta observação, mas já reparou como os portugueses, que nunca cumprem nenhum horário, são tão rigorosos quando se trata de separar o “bom-dia” do “boa-tarde”.
É verdade, e sabe porquê?
Não, é uma particularidade que se me escapa completamente.
É porque o meio-dia é a hora da refeição e os portugueses adoram comer. Por isso estão tão atentos ao meio-dia que separa o "bom-dia" do "boa-tarde".
‹‹Exatamente››, pensei. ‹‹Só pode ser essa a explicação››. E eu sem saber, talvez porque raramente almoço.
Mas eu não sou portuguesa, sou suíça — comentou a minha interlocutora.
Bom, no caso de uma suíça já se compreende melhor a mania da pontualidade. Mesmo de uma suíça que parece conhecer melhor a cultura portuguesa do que eu.

um passo em frente

Bruselas cree que el paro juvenil ha alcanzado niveles insoportables. Para tratar de moderarlos, la Comisión Europea pretende que los Estados tengan la obligación de ofrecer un empleo o unas prácticas a todos los jóvenes que se queden en paro o terminen sus estudios. Y deberán hacerlo sin demoras: en los cuatro meses siguientes al comienzo de la inactividad.
El País

Comentário: Parafraseando um lunático conhecido — o desemprego juvenil coloca-nos à beira do abismo mas com esta medida damos um passo em frente.

a legitimidade do Estado

... o Estado só é legítimo enquanto retém a capacidade de oferecer protecção aos seus membros. E um Estado que sofreu uma subversão ‹‹política››, provocada pela ideologia liberal, argumenta Schmidt, será incapaz de oferecer protecção aos seus membros, porque será incapaz de os proteger da ditadura indirecta de diversos grupos de interesse que colonizam o Estado e, mais importante, porque será incapaz de os proteger de interesses de inimigos externos. Se um povo deixar de ser capaz de escolher entre "amigos e inimigos" o resultado mais provável não vai ser a paz eterna mas a anarquia ou a submissão a outro grupo que esteja disposto a assumir o ónus político.
Pensamento de Carl Schmidt, na Stanford Encyclopedia of Phylosophy

Carl Schmidt é considerado um autor maldito pela sua filiação nazi. A sua obra, porém, continua a ser fundamental para a "ciência política".
Sobre a legitimidade do Estado, parece-me que o Estado português já perdeu, ou está rapidamente a perder, a capacidade de nos proteger dos diversos grupos de interesse instalados e, sobretudo, de  nos proteger dos interesses externos que assumiram o ónus do político por nós.
Neste sentido filosófico, deixo a pergunta: o Estado português ainda tem legitimidade política? Não me estou a referir, obviamente, à legitimidade institucional ou jurídica.

04 dezembro 2012

A redução ao absurdo

Julgava que já tinha passado à história a ideia peregrina dos ecologistas  radicais, cultores fanáticos da Mãe Natureza,  a maior parte dos quais estendendo o seu culto ao anarquismo poético que defendia o processo normal de vida e das civilizações como o único e suficiente processo de progressiva melhoria do mundo e da humanidade.
Só a intervenção artificial do predador homem e da sua falsa soberba de rei do universo, construindo tiranias e comportamentos  totalitários, impediam, segundo estes efémeros fanáticos,  o natural e abençoado progresso natural.
Quem, da minha idade, não se lembra de Ivan Ilich, dos autores anarquistas, das falhadas e simpáticas  sociedades libertárias e, com horror, das sociedades soviéticas iguais no seu extremo oposto ?
Felizmente que a diversidade, a importância dos opostos, da verdade e da mentira, da desconfiança pela causa única, conquistaram o direito a existir, passaram a importantes e aceites realidades  e de um mundo a preto e branco passamos a viver em colorido.

Tem isto a ver com a mortalidade no mundo?.

Claro que tem!

O desenvolvimento do comércio e das trocas, o enriquecimento, as melhores condições de vida daí resultantes, a urbanização e a higiene públicas foram factores importantíssimos na melhoria das condições sanitárias  das populações, do aumento da  esperança de vida, da diminuição das mortes prematuras.
Mas basta ver a mortandade das nossas princesas e rainhas, dos nossos príncipes e reis para termos uma ideia  de como se morria, apesar da abastança e conforto destas famílias reais , para nos apercebermos da importância que as políticas de saúde e a introdução constante das novas descobertas na prática médica tiveram para controlar e orientar comportamentos saudáveis,  tratar doenças e salvar vidas.
É evidente também que a melhoria das condições de vida e de higiene públicas tornaram possível a aceitação pelas sociedades urbanas de regras de prevenção de doenças e epidemias  que os incipientes serviços de saúde ditavam e que foram diminuindo  as constantes pragas ( por ex., a peste) que assolavam as sociedades.

Nada disto foi fácil e pacífico e ainda no fim do século XIX o Porto rejeitou, ameaçou e expulsou  Ricardo Jorge quando ele obrigou a fazer um cordão sanitário, isolando as áreas atacadas pela peste bubónica que lavrava na cidade e que ele tinha diagnosticado.
A isto, a esta ação persistente e continuada de elites que, por obrigação, por interesse, por patriotismo, metem  ombros a “administrar a sociedade”, chama-se política, realidade nascente desde que o homem passou a viver em família, em tribo, em aldeia, em cidades e em países.
Este é o significado da palavra política, este é o significado que define um  comportamento cívico vulgar, geral e universal que, nas sociedades define a ação da cidadania organizada, dos governos, dos partidos, em democracia ou em ditadura.

E quando eu refiro a insignificância e subalternidade da política na condução governativa da Europa atual e a sua substituição pelos contabilistas e “ casas de prego” estou a dizer que qualquer coisa está pervertida e que os políticos têm que retomar as rédeas da política europeia em riscos de deixar destruir o projeto mais ambicioso e pacifico da história das nações.

Vir-me dizer que “  a política está por todo o lado a envenenar as relações entre as pessoas, a dar cabo das instituições e a arruinar financeiramente o país.” (…) que “são, culturalmente, de luteranismo ou judaísmo do mais puro”,(…) que “ em versão laica é socialismo em forma genuína”, para afunilar em disparate caseiro que “ se não fosse a política , a política socialista do SNS , por exemplo, não se sabe em que alturas estaria hoje a taxa de mortalidade infantil em Portugal”, é simplesmente e definitivamente deslocar o assunto para a esfera cósmica da especulação sem sentido.

Segue-se a esta argumentação sem pés nem cabeça uma demonstração final e definitiva de que Cristo olhava a política com enorme desconfiança e, quando teve que ser,  com “imenso desprezo”.

Eu, civicamente empenhado na política geral do meu país e nomeadamente da sua política de saúde, encaro estas “disciplinas” com a realidade que lhe emprestam as regras da liberdade e da democracia que , felizmente são as condições de liberdade e de responsabilidade que o 25 de Abril me devolveu.

Ainda por cima, desde há cinquenta anos acompanho e convivo  também com uma sociedade ( comunidade?) muçulmana, Marrocos, com uma cultura riquíssima de tradições e de valores que não são os meus e cuja luta da elite política (sobretudo das mulheres) contra a tradição medieval, o fanatismo religioso e defesa dos princípios democráticos me despertam  uma enorme simpatia.
Por isso, é, com uma surpresa espantada que leio de Pedro Arroja textos que só os sunitas salafitas que querem recuperar El Andaluz,  regressar à pureza dos tempos do Profeta  e destruir os infiéis, anunciam ao mundo islâmico.

Ouçamos mais uma vez o Dr Pedro Arroja

A questão que agora se põe é, então, a seguinte: mas que sentido faz submeter o bem a uma decisão democrática? Nenhum. Só se fôr para que daí saia o mal, incluindo o mal maior, que é fracturar a comunidade, agredir a tradição, que é uma agressão a Deus.

Mas, então, nós não precisamos da democracia  para nada? Não, não precisamos, certamente que não dessa que se faz através de eleições periódicas e referendos, onde o voto de cada um de nós acaba por não contar nada e não  tem significado nenhum para as nossas vidas. E não precisamos de nada dessa tralha porque a Tradição é a instituição mais democrática que existe. Todos os dias, pelos nossos actos e comportamentos, nós validamos a Tradição de uma forma que é praticamente consensual e que possui um genuíno significado para as nossas vidas.

 Não excluímos nada de importante, nenhum bem, nem  ninguém, porque na Tradição, ao contrário das eleições e dos referendos, até os mortos têm voz. Não existe modo de vida em comunidade e regime político mais amplamente democrático do que aquele que assenta na Tradição. É esta a democracia portuguesa”. ( CP 26/10/2012)

Abaixo a política. Viva a Sharia!