30 setembro 2012

sistemas 2

António Borges utiliza um sistema para compreender e tentar resolver os problemas do País. É um sistema coerente de princípios e regras básicas de economia que nos permite navegar na complexidade da nossa situação económica e encontrar saídas.
Num país de cultura masculina, António Borges seria considerado um génio. Acontece, porém, que Portugal não é um país de cultura masculina, é um país de cultura feminina. Privilegiamos os relacionamentos pessoais sobre os resultados, a qualidade sobre a quantidade e elementos de carácter subjectivo sobre qualquer modelo teórico ou sistema.
A chamada solução da TSU faz todo o sentido em termos de ciência económica, mas inquina o relacionamento pessoal que existe nas empresas e a responsabilidade que, em Portugal, os patrões sentem pelos seus subordinados (pelo menos nas PME's), valores essencialmente femininos.
Entre nós a forma sobrepõe-se ao conteúdo. Como eu costumo dizer: ‹‹Ser mulher é a arte de parecer, não é a arte de ser››.
Por fim, as soluções de "política económica" dependem sempre da componente "política". A TSU não tinha consenso político, nem social e portanto era uma solução excelente, mas apenas para um trabalho teórico numa faculdade de economia.
Num país de cultura feminina, António Borges corre o risco de vir a ser considerado um tótó.

27 comentários:

Anónimo disse...

Num pais de cultura protestante, é que seria considerado tótó um tipo que a única coisa que tem para apresentar é um modelo académico. Chama-se ter atenção à realidade politica e económica, algo que só começa a ser valorizado nos paises do sul por contágio dos paises do norte. O tipo, para além de tótó, é um vaidoso, uma mistura muito sulista e perigosa

Anónimo disse...

Para o Joaquim Couto, um católico deslumbrado com a genialidade do Borges (o Joaquim não percebe nada de economia e finanças, mas não precisa de saber:, como qualquer bom sulista, basta-lhe a "cátedra" dos académicos formados no estrangeiro), aconselho a leitura do Economist, do FT e do The American sobre as consequências destas politicas. Veja como estão a reagir os mercados. Espirito prática, amigo, acção reacção, causa consequência, etc. Deixe os axiomas e modelos geométricos da academia.

tric disse...

"A chamada solução da TSU faz todo o sentido em termos de ciência económica, mas inquina o relacionamento pessoal que existe nas empresas e a responsabilidade que, em Portugal, os patrões sentem pelos seus subordinados (pelo menos nas PME's), valores essencialmente femininos."
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o problema da TSU não tem nada a haver com o enquinamento das relações patrões-empregados...é uma porcaria de medida...o estado depois ia dizer às empresas como gastar o dinheiro e se podiam...o efeito económico seria nulo ou negativo...estancava o desemprego em Portugal e no espaço de dois anos a economia ja estava a construir 1% de emprego...já para não falar que a TSU se traduziria para a generalidade dos portugueses como mais um imposto...afirmar que a TSU não passou em Portugal por causa do que iria implicar nas relações patrões/trabalhadores é uma estupidez...a medida não passou apenas porque é uma estupidez aquela medida nesta altura do campeonato!!! quando o Governo não compreendeu isto e afirma que a medida só não passou por causa de sectores retrogrados na sociedade, acho que está na altura de este governo fazer as malas imediatamente...é que foi o Dr. Moedas...Dr Passos...Dr Borges sempre em crescendo com a mesma linha de argumentação!!...

José** disse...
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José** disse...

Como é possível que nós estamos palambrando sobre as ideias um homem que não tem mandato público ?

Como é possível que as palavras de um simples conselheiro técnico podem ser espalhadas na imprensa ?

Ultimamente e perante à Nação, quem é o responsável : um chefe de Governo ou seu conselheiro ?

tric disse...

a TSU é tão genial, que nem os seus estudos foram tornados publicos...para conhecer-mos os modelos que fazem a TSU ser uma verdadeira genialidade, pois uma medida que estanca o desemprego em Portugal em 2013 e num espaço de dois anos ja está a produzir 1% de emprego...o Estudo da TSU deve ser tornado publico e ser estudado em todas as Universidades Económicas de Portugal...

Ana Fernandes disse...

Joaquim

Já reparou que acaba por concluir que só a cultura feminina valoriza a realidade?
Ana

José** disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
José** disse...

A TSU foi uma tentativa de desvalorização interna do custo do trabalho. Era uma solução para fomentar o crescimento que não seja pelo orçamento do Estado.

Claramente injusta, esta solução foi frequentemente mencionada na imprensa financeira, especialmente para à Grécia, por causa do Euro e do desastre anunciado em caso de saída de um país membro.

O trilho para o crescimento evocado pelo RA, esta semana, é mais justo socialmente (que uma acção TSU) e é tradicionalmente eficiente.

Hoje, como ele bem disse uma vez, Portugal não deve ter medo de existir : o primeiro-ministro deve afirmar ao mais alto nível europeu os nossos interesses...ou então fechamos a porta como disse o Rb.

Anónimo disse...

O Joaquim retrata ali em baixo os homens tótós católicos do sul (quim e borges) apegados a modelos abstratos, e as mulheres, católicas ou protestantes, que querem é resultados práticos. Acho que o Joaquim não percebe o que escreve ;)

Anónimo disse...

O caro Joaquim bem tenta articular as ideias do mestre, e depois sai disto.

Deixe as abstracoes para homens protestantes ou pseudo-protestantes como o Borges e ponha aqui mulas pa.

Cumprimentos

Elaites

Anónimo disse...

Cara Ana Fernandes,
Tem razão, a cultura feminina valoriza a realidade. O problema, Ana, é que a realidade é muito complexa e só a conseguimos compreender através de sistemas teóricos.

lusitânea disse...

Pelos vistos o socialismo internacionalista salvador do planeta, numa de todos iguais,todos diferentes e com o "a cada um segundo as suas necessidades", já nem com "os ricos que paguem a crise" se vai safar...
Não descolonizem não...

Anónimo disse...

Gostaria de ver Borges à frente de uma empresa num sector não protegido (isto é actuando no mundo real).
É quase certo que essa empresa não sobreviveria com as medidas que ele tomaria. O factor humano pesa muito na gestão das empresas.
A experiência que ele teve nas empresas financeiras é perigosa e perniciosa.

lusitânea disse...

"O factor humano pesa muito na gestão das empresas.
A experiência que ele teve nas empresas financeiras é perigosa e perniciosa."

Pois pois ele ou outros que se metam com os príncipes dos operários e camponeses da CGTP...

lusitânea disse...

Só me admiro de uma coisa:se o modelo custa assim tanto a reformar porque não mudar de REGIME?Era tudo mais fácil...e bastava adaptar o que já existiu e serviu...
Se calhar os poetas, baladeiros e filósofos é que tinham que tornar a emigrar e a lavar pratos...

Pável Rodrigues disse...

A proposta de reajustamento da TSU uniu contra si todos os socialismos vigentes: nacional/socialismo, social/socialismo, socialismo/marxista, além das diferentes corporações herdeiras do corporativismo salazarento. Enfim, todos os que, de uma maneira ou de outra, são responsáveis pelo caos em que Portugal se encontra. Porque será?

Anónimo disse...

Tudo errado. Só quem se esqueceu do que é o Mercado - Oferta e Procura - pode dizer uma coisa destas.

O Estado mexeu nos equilíbrios entre trabalhadores e empresas proporcionados pelo mercado.
Interferiu, Manipulou, Destruiu Equilíbrios.


É isso que estatistas como Antonio Borges & Co. não percebem.

lucklucky

Anónimo disse...

Pável Rodrigues foram empresas privadas e das privadas a sério - aquelas que ganham o seu ganha páo no mercado livre - não das que se metem em negócios com o Estado que mais protestaram contra a interferência do Governo nas suas relações com trabalhadores.

lucklucky

Lionheart disse...

O PA disse tudo, embora não tenha a certeza que a questão cultural tenha a ver com diferenças entre sexos. Há mulheres mais racionais e homens mais emocionais, dependendo do seu forte ser o QI intelectual ou emocional.

Portugal tenta encontrar soluções para aumentar a sua competitividade. A ciência económica é uma vertente importante na procura dessa resposta, mas as condições políticas também o são. A aplicabilidade da proposta de Borges era nula, porque os seus benefícios eram anulados pelos problemas que criava. E o aumento da conflitualidade laboral nas empresas não era uma brincadeira. Não se pode criar condições para aumentar a hostilidade à economia de mercado em Portugal. Se esta for percepcionada em Portugal como uma fonte de exploração e não de ascensão social, o país regride décadas. A sensibilidade de Borges para estas coisas é nula, porque não tem de ir a votos. Mas quem tem de ir, tem de saber estas coisas. Não se trata de eleitoralismo, ou de tacticismo. Trata-se de entender a realidade portuguesa para aplicar as melhores soluções num país com a maior desigualdade social da Europa, e com uma população com insuficiências educacionais e cívicas graves no âmbito de um ambiente político e económico hiper competitivo.

Vivendi disse...

A via correta:


Manifesto contra o aumento de impostos em Espanha:


Manifiesto contra la subida impositiva del gobierno popular:

No es cierto que el déficit público deba atajarse simultáneamente subiendo nuestros impuestos a los niveles más altos de Europa y reduciendo gastos de una manera muy insuficiente: cabe la mucho más razonable alternativa de que el ajuste se efectúe por el lado del gasto. En los últimos diez años, los desembolsos de nuestras Administraciones Públicas han crecido en 200.000 millones de euros, alrededor de 2,5 veces el tamaño de nuestro déficit actual.
No es cierto que subir impuestos tenga los mismos efectos que reducir el gasto público: lo primero destruye la cada vez menor riqueza que se le permite generar al sector privado y que mantiene en pie a este país, mientras que lo segundo adelgaza a un Estado sobredimensionado e ineficiente que se encuentra al borde de la suspensión de pagos.

No es cierto que la ciudadanía deba hacerse corresponsable del imprescindible ajuste del déficit público: nuestras familias y nuestras empresas ya se han comportado de manera extremadamente austera durante estos últimos años, mientras que la Administración sigue gastando todavía hoy muy por encima de lo que lo hacía durante la borrachera de ingresos tributarios de la burbuja inmobiliaria.

No es cierto que recortar los gastos vaya a agravar la situación de nuestra economía: al contrario, más allá de los efectos más cortoplacistas sobre el PIB trimestral, sanear las cuentas públicas sin incrementar la tributación de un debilitado sector privado es condición indispensable para que volvamos a crear riqueza y empleo de manera sostenible.
No es cierto que la mayor parte de nuestro presupuesto sea intocable: es menester proceder a una restructuración completa del modelo de Estado, dando mucha más cabida a la iniciativa privada en todos aquellos servicios que hoy presta el sector público con cargo a unos excesivos impuestos y que, en realidad, no sería indispensable que proveyera.

En definitiva, Sr. Presidente, España no necesita impuestos más altos para financiar unas Administraciones Públicas a todas luces desproporcionadas, sino un Estado mucho más austero que se sufrague con unos impuestos notablemente más bajos para así favorecer la generación de riqueza por parte de un sector privado al que, hasta el momento, usted y su partido sólo han contribuido a asfixiar con los tipos impositivos sobre la renta más elevados de Europa.

Hasta el momento, el manifiesto arranca con más de 50 firmas de destacados académicos, directivos y profesionales del periodismo económico españoles, entre los que sobresalen:
Carlos Rodríguez Braun, Jesús Huerta de Soto, Juan Torras Gómez, Antoni Fernàndez Teixidó,Gabriel Calzada, César Vidal, Miguel Anxo Bastos, Pilar García de la Granja, Carlos Mallo Rodríguez o Antoni Biarnes.

Pável Rodrigues disse...

..."O Estado mexeu nos equilíbrios entre trabalhadores e empresas proporcionados pelo mercado..."!!!
Equilíbrios proporcionados pelo mercado! Qual mercado? Mercado livre em Portugal? Ou serão equilíbrios/arranjos
cozinhados ao abrigo da panela social/socialista a que a Constituição da República dá forma? Que ela se propõe
«abrir caminho para uma sociedade socialista», já todos sabemos. Agora que uma sociedade a caminho do socialismo
conviva com a liberdade de mercado, ou seja, com a liberdade económica, é que é uma grande novidade para mim.

fec disse...

olha o PA já tem um discípulo

Euro2cent disse...

A mexida na TSU resultava em baixar 10% os salários liquidos.

Os privados podiam aumentar os trabalhadores para compensar, os trabalhadores do Estado e assemelhados estavam quinados.

Era um assalto mais limpo do que as trapalhadas que se preparam, mais foi mal vendido.

lusitânea disse...

Mas porque será que os políticos não dão o exemplo?Os funcionários públicos andam a ganhar de mais?Que cortem os seus próprios vencimentos e regalias.Olhem que se pouparia mais do que se pensa.Porque na "reforma" existem já aos montes...

Bmonteiro disse...

Lusi
Os políticos não estão lá para dar exemplos (bons).
Já vimos algum propor:
Acabar com deputados lista Secretário-Geral?
Reconfigurar território autárquico?
A maioria deles, estão aliás a acumular funções de Gov com os negócios onde exerciam a tempo inteiro.
Ou então, o bom exemplo para a plebe, poderá ser:
exerçam trabalhos em acumulação.
O capital vencerá (frase de um antigo António Borges)

Anónimo disse...

"Equilíbrios proporcionados pelo mercado! Qual mercado? Mercado livre em Portugal?"

R:O valor dos ordenados+tsu's em Portugal, ou seja os gastos das empresas com trabalhadores é mercado livre. O valor porque se contrata uma secretária, trabalhador é o mercado que determina. Se o trabalhador de uma empresa de calçado ganha x é porque a empresa pode pagar. O Governo veio interferir nisto como escapatória às idiotas ideias de igualdade orwellianas de alguns juízes do constitucional.
Para arranjar 2 mil milhões num défice de mais de 10 mil milhões.
Se o problema fossem 2 mil milhões ainda se admitia que a última passada fosse uma esperteza.


"Os privados podiam aumentar os trabalhadores para compensar, os trabalhadores do Estado e assemelhados estavam quinados."

R. Sim,Muitos disseram que iriam fazer isso, mas ficava a questão dos 1,x %


lucklucky