23 agosto 2012

para a populaça devemos usar parábolas

Uma família tinha um pai estoura-vergas que gastava muito do que ganhava com mulheres, jogo e álcool. Foi acumulando dívidas, até que os credores deixaram de lhe fiar.
Reuniu-se então com a mulher e com os filhos e foi muito claro: ‹‹Temos de mudar de vida››, disse. ‹‹Vamos apertar o cinto porque estamos a necessitar de austeridade para equilibrar as contas. Acabaram-se as férias, os putos vão para escolas públicas e a roupinha passa dos mais velhos para os mais novos››.
Não havia outra solução e todos aceitaram os sacrifícios. Porém, as dívidas continuaram a aumentar e o futuro a tornar-se cada vez mais incerto. Porquê? Enquanto o pai pedia sacrifícios a todos, continuava ele na má vida...
....
— Em verdade vos digo, o Estado pródigo não tem moralidade para pedir mais sacrifícios a ninguém. As entidades que estão sentadas à mesa do orçamento de Estado são as putas, os bancos são os casinos e as ideologias colectivistas são o álcool. O Estado pródigo não é pai, o Estado pródigo é tirano.

33 comentários:

Fernanda Viegas disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Fernanda Viegas disse...

Ó Dr Joaquim esta é de Mestre! Nem JC parabolava melhor. Congratulations.

esopo tuga disse...

Joaquim, parece-me que falhaste no "o mythos deloi oti".
A questão é: o que resta à mulher e aos filhos? Fecharem-se num quarto e regarem-se com gasolina?...

joserui disse...

Um talento desperdiçado!... e está correcto ainda por cima... -- JRF

Anónimo disse...

Mestre Joaquim
Gostei. É mesmo de Mestre esta análise satírica a todos estes fdp que nos f........
Pau neles!

Anónimo disse...

«As entidades que estão sentadas à mesa do orçamento de Estado são as putas...»
E há as sanguessugas:
Sexa Vaidade Soares, con 'su' Fundacion;
Exma Dona Reformada Esteves en la AR con su reforma.
Montes deles/as.
Monti

José Machado disse...

Não é para a populaça que deve usar estas parábolas, é para a classe política, para o coração do governo, para quem gere o Estado.

lusitânea disse...

Sejamos honestos.Os eleitos já fizeram sacrifícios monstruosos..lembrem-se que já acabaram com 18(dezoito!!!) governadores civis...
Felizmente que só na capital do sobado continuam a existir 100 assessores-generais a tratar da nossa africanização evidentemente...

Vivendi disse...

O último parágrafo ganhou o direito a ser a frase do dia no meu blog. Muito bom Joaquim!!!

joserui disse...

A classe política é constituida em exclusivo por populaça que foi sendo chutada para cima por mais populaça... -- JRF

zazie disse...

ehehe

E depois de chutada para cima não há populaça suficiente que os consiga fazer descer


":O)))))

André Miguel disse...

Se não é um dos posts do ano anda lá perto!

muja disse...

Como diz o JRF, não é quem enterrou isto que o vai desenterrar...

O nosso problema não é económico. É político.

Todos os nossos problemas têm origem política. Os que não têm, devem-lhe a severidade inquietante com que se nos põem.

Enquanto as pessoas se não convencerem que toda a gente que compõe a nossa designada "classe política" não presta - e aqui não prestar é no sentido útil e moral - nunca mais saímos disto. Não é só cada político individual (até porque haverá muitas excepções, como é óbvio), mas sim toda a corporação na sua existência, desde como foi fundada a como funda as gerações mais recentes de "políticos"; toda a sua existência contribui para a elevação da escroquerie em detrimento do bem público e do seu representante e guardião, o Estado.

O resto resolvia-se mais ou menos facilmente em havendo lá gente com vontade de o resolver.

Analise-se o percurso de vida dos grandes "pais" da democracia portuguesa e concluir-se-á: a coisa nasceu torta à partida. Ora pau que nasce torto, não morre direito (ou cousa semelhante).

muja disse...

Isto não era aqui, mas tanto dá. Tal é a nossa sina que os problemas, aponte-se para onde se apontar, estão sempre lá. São ubíquos. Ou melhor, é.

Ricciardi disse...

«Ora pau que nasce torto, não morre direito (ou cousa semelhante).» Muja
.
Pau que nasce torto mija fora da bacia.
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Rb

zazie disse...

ahahahah

O que nasce torto tarde ou nunca se endireita

":OP

Fernanda Viegas disse...

Fui há minutos comprar um pouco de camarão e ameijoas para fazer um arroz e junto à banca tinha uma tabuleta a dizer: "Até o marisco já voltou aos mercados..." O país tornou-se uma verdadeira anedota!

zazie disse...

ahahahahaha

Não posso crer. Essa é da antologia

":O))))))))

muja disse...

É isso mesmo Zazie!

Ricciardi disse...

Epá, estou triste. A senhora espanhola que restaurou a imagem de Cristo vai ser processada. Ela fez o melhor que sabia e com boa intenção. Na Capela, aqui em Braga, do S. Bentinho, havia lá uma imagem antiquissima do santo. A Santa Casa da misericordia é que gere a coisa. Recebe, enfim, os donativos dos crentes. Ele é fios de ouro e moedas e notas. O provedor é meu amigo. Contou-me hoje que o Zé, um empregado devoto, responsavel pela capela, achou por bem, com as melhores das intenções, melhorar o aspecto do santo. Então colocou-lhe novas sobrancelhas, retocou as pestanas e ainda deu um toque mais rosado aos lábios do santo. Ele ficou tão contente com a obra que chamou o provedor para a ver. O provedor, quando viu a restauração, teve um ataque de riso... nervoso. Ó Zé o que foste fazer ao Santo. Ahh, sr. provedor fiz-lhe as sobrancelhas e os labios, não ficou uma maravilha?
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Ficou Zé, ficou, respondeu-lhe com compaixão.
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Passei por lá para ver a obra. A capela é pequena, mas tem tantos devotos que até mete impressão. Deixam lá fotografias de filhos doentes e penduram partes do corpo enfermo daqueles que querem curar atados ao tecto mas feitos em cera. Vi lá pernas em cera, braços e, curiosamente rins e corações. Fui lá com um amigo de infancia, o Jorginho, e ele garantiu-me que foi curado pelo S. bentinho. Estás a brincar, disse-lhe. A sério Ricciardi, olha quando era miúdo tinha verrugas e cravos na pele. Muitas. E não havia forma de elas sairem. Fui operado várias vezes. Voltaram sempre a crescer... até que a minha mãe fez a tradição. Levou-me lá e coutou-me a lenga-lenga que se diz:
«Ó S.Bento milagroso, nós cá viemos a chegar. Botai-nos a vossa benção, lá de riba do altar! Ó S. Bento milagroso, Eu aqui vos venhor ver. Por me dardes a saúde quando eu estava a morrer».
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Enqaunto não cumprir a promessa, a mãe dele não podia falar, e portanto tinha de levar um ramo na boca e só depois de ter agradeido ao santo é que podia botar faladura.
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Ricciardi, juro-te, no sétimo dia da promessa desapareceram-ne todos os cravos. Acredita pá.
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Eu acredito meu. A sério. Não te vejo verrugas... o santo tirou-as, certamente. Não achas estranha esta coisa de cera em forma de bexiga ou intestinos?
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Acho. Dizem que é para os cancros, esclareceu.
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Humm, talvez ponha a fotografia do PPC a ver se lhe passa a malignidade.
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Ok, agora lembrei-me estava a falar da senhora espanhola. Pois bem, o nosso Zé da midericordia é igual. Tipos com boas intenções que não merecem qualquer processo judicial.
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Rb

zazie disse...

Pois olha que é um assunto que já me dividiu e acabei por entender que um restauro por devoção mesmo mal feito, vale mais que o roubo laico das imagens para os museus.

muja disse...

Que história é essa?

muja disse...

Andava aqui a ver o que passa com bloco dos energúmenos e dei com isto:

Uma novidade bizantina

Atente-se na imagem que o basbaque escolheu para ilustrar a pensadura e na legenda que entendeu dar-lhe.

E é isto o que há... Não tenho dúvida alguma que há-de haver outros basbaques, com assento no Parlamento, que não fariam melhor...

zazie disse...

http://www.dn.pt/inicio/artes/interior.aspx?content_id=2730079

zazie disse...

eheheh a devoção toldou-lhe a mão

Ficou um bocadinho anormalzinho

":O))))))

muja disse...

Ehehe! É um Cristo modernista...

Coitada da senhora!

Quem havia de ser processado era quem havia de ter tomado conta daquilo.

Mas olhe que se fossem uns anormais a garatujar a parede da igreja com umas latas de tinta, se calhar não lhes tocavam...

zazie disse...

A bizantinice desses em relação aos clássicos explica-se assim:

http://i19.photobucket.com/albums/b159/panotea/herois-da-revolucao-1.jpg

zazie disse...

Coitada da velhota. Mas não foi nada processada. Agora vão outros inventar mais restauro.

Ela deve ter-se inspirado ao espelho

http://www.dn.pt/inicio/artes/interior.aspx?content_id=2732910

ahahahaha

Completamente marada

zazie disse...

Eu vi restauros populares nos Açores completamente deliciosos.

Loucos mas espantosos

ehehe

E acho bem. Porque o que mais há é destruição por peritos pagos a peso de ouro.

zazie disse...

Ah, mas eu nem tinha lido. A pintura era uma treta qualquer do século xix.

Um turista que passava por ali.

Vão levar aí mesmo.

Cada uma. Agora o artista era mais genuíno que a velhota por ter menos um século

":O))))

muja disse...

Pois, sobre isso sei pouco, Mas não me espanta nada que seja como diz...

zazie disse...

Vi agora no Google. Foi um gajo qualquer vanguardista. Não é património.

Então, se não é património histórico é o quê? problema de falta de manager ou comissário artístico da velhota?

zazie disse...

Está a ver no que dá o laicismo?

Dá nesta palhaçada. Um velhota pode ser chateada por ter restaurado uma imagem de devoção porque ofendeu um artista qualquer.

O problema é a ofensa ao artista, porque Deus não existe e pintura numa igreja ou numa galeria é o mesmo.