27 junho 2011

não é ministro não é nada



Desde que os nomes dos ministros foram conhecidos que eu penso que o primeiro dos ministros a abandonar o governo será o ministro da Economia, Álvaro Santos Pereira. E já cometeu o primeiro erro, quando aparentemente disse aos jornalistas que o tratassem por Álvaro.

O ministro é um académico que vem do Canadá directamente para o governo português. Está obviamente desaculturado e isso vai-lhe ser fatal. No Canadá um ministro pode dizer aos jornalistas que o tratem pelo primeiro nome porque o Canadá é um país de cultura imensamente democrática. Os jornalistas vão entender isso com toda a normalidade, e tratar o ministro com a mesma deferência, porque ministro e jornalistas se vêem como iguais e como povo, a única diferença sendo que o primeiro se encontra temporariamente investido de funções de representação popular.

Não é assim que os jornalistas vêem um ministro em Portugal porque os jornalistas, tal como o povo, não possuem uma cultura democrática. Os jornalistas vêem o ministro como uma autoridade ou, mais precisamente, como um homem de poder, um homem que está colocado acima deles. Quando o ministro lhes sugere que o tratem pelo primeiro nome, pondo-se ao nível dos jornalistas, os jornalistas ficam desconcertados. Afinal, o ministro é como eles, está ao nível deles, é igual a eles. Mas, se é assim, então "este homem não é ministro não é nada". É apenas um tipo como eles.

Perdem-lhe o respeito. Vão abusá-lo. E não vai demorar muito.

Sem comentários: