28 junho 2011

o bordel



O Ministro Álvaro Santos Pereira, ou simplesmente Álvaro, devia ter ficado onde estava - na Universidade - e a fazer o que fazia - pensar e escrever de forma independente. A Universidade é a instituição cuja função principal é a procura independente da Verdade. Portugal necessita destas pessoas como de pão para a boca. Já políticos, não lhe faltam. O Ministro perdeu a independência no dia em que pisou os corredores do ministério.

O Ministro sabe que na tradição canadiana, onde ele é professor, um homem que saia da Universidade para a política, já não volta. Passou-se do mundo da Verdade para o mundo dos Interesses e tudo aquilo que agora possa dizer ou ensinar está suspeitadamente tingido pelos interesses que defendeu e em que, inevitavelmente, se deixou enredar.

É certo que em Portugal a tradição não é a mesma, e o Ministro, logo que saia do Governo, vai ter lugar em alguma Universidade portuguesa. E infelizmente porque, desde o Marquês de Pombal, e com raros períodos de excepção, a Universidade tornou-se um bordel de políticos desempregados e de principiantes da política. Ainda recentemente um candidato a deputado se anunciava como sendo professor em duas universidades, quando, na realidade, não passa de um mero assistente. E o ex-ministro Teixeira dos Santos, depois de seis anos na governação, afirmou que iria voltar para a academia. Vai certamente voltar a ensinar a cadeira de Finanças Públicas na Faculdade de Economia da Universidade do Porto. Mas agora com o subtítulo: "Como Arruinar um País".

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